quinta-feira, 30 de abril de 2009

Adivinha

Ainda não consegui digerir o facto do candidato do PSD à CML, ter iniciado a sua campanha eleitoral no dia 25 de Abril...



E, já lá vão 5 dias...



Efectivamente tudo parece estar ao contrário neste país...ou talvez não...dado que na prática estamos, há muitos anos a ser governados, pelos partidos apelidados de bloco central.



Em meu entender é mais do mesmo, as atitudes, os objectivos e os fins são em tudo idênticos, só varia o "tom", mais laranja ou mais rosa...



Talvez devessemos escolher uma cor primária para nos gerir, quer ao nível do governo quer ao nível desta autarquia.



Esta colecção já vai longa e só saiem cromos repetidos, será que não existem novos personagens na politica que permitam a compra de uma nova caderneta??





A propósito da colecção de cromos, aqui vos deixo alguns dos personagens que fazem parte do capítulo que se estenderá, no mínimo, até às próximas eleições autarquicas.

Presumo que se adequará a diversos departamentos e divisões desta nossa casa.



O que mais me entristece é o "espírito pidesco" que se instalou, ..., muito ao jeito da governação que vigora.





Ora digam lá, quem é quem neste cromo que vos deixo?!

Eu não sei! Mas gostava de saber...

Quando vou às acções de formação que a minha entidade patronal, generosamente, me oferece, no sentido da minha valorização pessoal, fico sempre a interrogar-me sobre quem será aquele personagem que os formadores tanto falam: "O LEGISLADOR".

O legislador tinha intenção de...O legislador intrepretou...O legislador pretendia...

Mas afinal quem é este Senhor? Alguém sabe?

Quem são estes Senhores a que chamamos legisladores?

O Legislador é funcionário público?
O Legislador passa recibo verde?
O Legislador é uma empresa privada?
O Legislador sujeita-se a concurso público?
O Legislador cobra IVA de 20%?
O Legislador pode acumular funções?

Quanto é que ganha o legislador?
É pago à letra? À palavra? Ao artigo?
Recebe prémios consoante a durabilidade da Lei?

O legislador é AVALIADO? Como?

Eu gostava que o meu filho fosse legislador porque considero que é uma profissão com futuro. Alguém me pode informar onde se tira o Curso de Legislador?

quarta-feira, 29 de abril de 2009

O Electrodoméstico Arquitecto

Há muitos anos atrás (no tempo dos nossos pais e avós) começaram a entrar, nas nossas casas um conjunto de aparelhos eléctricos a que damos o nome de electrodomésticos.

No início estes aparelhos pretendiam ser altamente resistentes e a sua durabilidade era um factor importantíssimo para o seu êxito.

Com a entrada na modernidade e com o acelerar do desenvolvimento estes aparelhos aumentaram em número e a sua durabilidade passou rapidamente para segundo plano.

Hoje, não interessa muito que o aparelho dure muito, pois no mês seguinte já vai existir um novo aparelho melhor e mais barato, e nós deitamos fora o que temos e vamos, a correr, comprar a nova versão. Como sabemos isto acontece com tudo o que é tecnologia. O desenvolvimento e a modernidade a isso nos obriga.

Temos que acompanhar os tempos e não podemos perder o TGV que cada vez anda mais rápido.

Tal como com os aparelhómetros eléctricos, electrónicos, digitais e afins, os Arquitectos também se tornaram em profissionais descartáveis. A velocidade de “desenvolvimento” e actualização contínua, imposta pela tecnologia e pela sociedade tem vindo a fazer com que a maioria dos profissionais desta área não se encontrem adaptados e não estejam preparados para exercer a profissão.



Na área da Arquitectura, todos os meses, todos os anos, mudam as regras de realização e aprovação de um projecto de Arquitectura. E mudam de forma diferente em cada uma das Câmaras deste País.

Quando me refiro às mudanças de regras, não me estou a referir ao Projecto de Arquitectura em si, mas antes à forma como ele é “embalado”.

Também aqui, na Arquitectura, o “embrulho” tornou-se o factor principal e determinante. O Projecto pode ser óptimo mas se não tiver sido feito em autocad, não estiver em formato Dw qualquer coisa, que no mês que vem já é outro DW qualquer. Enfim... isto é assim nesta Câmara, porque se o projecto fôr na Câmara ao lado de certeza que o formato já é outro ou não é nenhum.

Mas, se o projecto fôr uma merda que vem em Autocad e no formato DW qualquer coisa e cumprir o regulamento A e B e C e...G, H e Y, e...Y e Z e AA e...e...e tudo e mais alguma coisa que o legislador – esse Senhor que ninguém sabe quem é, pois ele é muito humilde – que faz o miserável Arquitecto camarário senão aprovar? Se não aprovar tem que justificar e de certeza tem algum interesse obscuro.

A legislação nacional muda ao ritmo das estações do ano e os regulamentos e normativas camarárias tentam imitar o nacional para mostrarem à “populaça” que estão a trabalhar.

E os Arquitectos que há uns anos atrás duravam uma vida, hoje, quando saem da Faculdade, já estão desactualizados. E a culpa é deles que não se actualizam e não participam nas acções de formação contínua da Ordem dos Arquitectos.

Mas o desenvolvimento é assim mesmo, nós temos que apanhar o TGV da modernidade. A Ordem dos Arquitectos está de acordo e os maus são os Arquitectos desactualizados que não pagam as suas quotas...

(ilustração de "Abelha Mestra")

terça-feira, 28 de abril de 2009

Eu detesto politiquices...

Há uns dias atrás eu estava bastante mal disposto por causa de um artigo, notícia ou entrevista...não sei bem o que é aquilo. Sei que vinha publicado no "Correio da Manhã" do dia 20.04.2009.
Por isso, tive alguns dias a contar alto, e só agora decidi escrever sobre o assunto. Já estou mais calmo.

Durante o dia vários colegas vieram ter comigo a darem-me fotocopias daquela coisa, meio a medo e às escondidas, como se aquilo fosse importante.
Se é verdade que não é importante, o facto é que assustou muita gente.
Esta "peça jornalística" - do Correio da Manhã - mostra o que há de pior na nossa imprensa actual. Se estou enganado digam-me.

1º O titulo da notícia é "Costa instaura 270 processos" e em subtitulo "falta de assiduidade é o principal motivo para punir os funcionários" e "Presidente da Câmara instalou um sistema de controlo mecânico no edifício do Campo Grande para vigiar as entradas e saídas dos trabalhadores."

Não percebo! O/a jornalista é intimo/a do Sr. Presidente? Será que andou com ele na escola? Ou será que andou com ele noutro lado? Costa? Quem é o Costa? Por acaso está-se a referir ao Sr. Presidente da Câmara de Lisboa Dr. António Costa ex-Ministro da Justiça?

Não percebo! perante este texto o/a jornalista coloca uma fotografia do Sr. Presidente Dr. António Costa sorridente e satisfeito. Será isto uma provocação? Que quer dizer com isto? O Sr. Presidente está satisfeito por "instaurar 270 processos a funcionários da CML"? Sinceramente não percebo!

2º Leio o texto da notícia e não encontro uma única citação do Sr. Presidente. Antes pelo contrário, são feitas várias referências a ditos do Sr. Vereador Cardoso da Silva.

Em que ficamos? O que vale é o título, a fotografia ou a notícia?

Não meus senhores...nada vale nada! Isto não é política mas sim politiquice do mais rasca que há!

Notícias encomendadas (e que não são noticia) que têm como únicos objectivos:

1º Intimidar ainda mais os funcionários da CML e denegrir a sua imagem perante a opinião pública– não era preciso porque eles já vivem aterrorizados e a sua imagem já é péssima.

2º Dar uma imagem de rigor, competência e pulso forte para a população exterior à Câmara. Também era evitável porque não existe nem o rigor nem a competência e o pulso forte, enfim...é só para alguns.

Que tristeza...

Eu trabalho no edifício do Campo Grande desde o dia em que ele foi aberto e já antes lá tinha estado (quando estava em construção). E uma coisa posso afirmar: os ditos meios mecânicos sempre lá estiveram desde o primeiro dia! Houve quem os quisesse utilizar e houve quem não quisesse!

“Os vossos meios mecânicos (de vigia, controle, poder) sempre lá estiveram! Só que os senhores não se actualizaram...este mundo já está um pouco mais à frente... já ouviram falar na era digital?”

Num momento em que a Câmara já deveria estar a testar e a promover o trabalho em casa – que é possível – não! Funciona em contra corrente e “vigia” os seus funcionários como se estes fossem uma corja de bandidos e ladrões.

Que tristeza...

Uma instituição da dimensão da CML devia perceber, como qualquer outra empresa, que o seu grande valor e capacidade, está na valorização e motivação dos seus recursos humanos. Não! Faz-se exactamente o oposto, denegrindo a sua imagem pública, dizendo mal deles e transmitindo para a opinião pública a imagem de que são eles os grandes culpados daquilo que a Câmara devia fazer e não faz.

Que tristeza...

Existem uma série de pessoas nesta casa que deviam ir, rapidamente, gozar as suas gordas reformas e deixarem a CML crescer em liberdade e responsabilidade...

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Uma explicação sobre "O Nosso Deserto"

Aquela história que escrevi neste blog a 25 de Abril teve origem nas histórias que eu contava ao meu filho, quando pedia, ao "paizinho", mais uma história antes de adormecer.
Pensava eu, que com histórias destas ele adormecesse e sonhasse com os seres do deserto, com os cinzentos, com os maus e com os bons e que lhes desse a forma que a sua imaginação permitia.
Eu queria que o meu filho sonhasse e tivesse opinião de forma a não se tornar mais um cinzento no meio de tantos outros.
Eu queria que o meu filho sonhasse e inventasse e criasse novos mundos, novos espaços e novos seres de acordo com a sua imaginação e o seu sonho.
Infelizmente, hoje demitimo-nos desta acção e não deixamos os nossos filhos sonhar e inventar. É mais fácil e cómodo comprar um DVD, pôr no quarto da criança uma TV com o canal Panda e ele adormece já formatado com a história e a imagem que devia ser sonhada e inventada.
Estarei eu enganado? Ou estamos a criar seres cinzentos?

Gostava de ser Poeta

É verdade! Gostava de ser poeta, mas Deus, infelizmente, não me deu esse dom.
Desde o dia em que dei início a este Blog que me sinto na pele do poeta que assim escrevia:

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

(Fernando Pessoa)

domingo, 26 de abril de 2009

A PERGUNTA DA SEMANA

Porque é que um Arquitecto camarário não pode trabalhar por sua conta fora das horas de serviço?

sábado, 25 de abril de 2009

O NOSSO DESERTO

Aquele deserto era formado por um vasto areal muito árido e pontuado aqui e ali por oásis que variavam muito de dimensão.

No areal árido viviam uns pequenos seres que tinham a característica de serem coloridos: havia os encarnados, os azuis, os verdes, os amarelos, enfim...todas as cores do arco-íris se encontravam representadas naqueles pequenos seres.

Nos oásis viviam outros pequenos seres, aparentemente iguais aos que viviam no deserto, mas que eram cinzentos. Nos oásis só havia cinzentos todos os outros estavam proibidos de lá entrar. Nem sempre tinha sido assim mas, gradualmente, de forma sistemática e organizada os cinzentos tinham vindo a ocupar os oásis e, neste momento, tinham conseguido ocupar todos os oásis do deserto. Estes seres cinzentos tinham características próprias e diferentes dos outros, normalmente não riam e nunca falavam, a não ser entre eles e mesmo aí falavam muito pouco. Não se lhes conhecia uma única ideia, eram conhecidos somente pela sua desmesurada ambição de alcançar o poder e a riqueza a qualquer preço. Trabalhadores e organizados tinham conseguido finalmente dominar todos os oásis e expulsar todas as outras cores para o deserto.

Os seres de outras cores viviam no deserto e, por norma, junto dos oásis, de forma a receberem as esmolas que os cinzentos lhes davam e lhes permitia a sua sobrevivência.

Os cinzentos eram inteligentes e sabiam como manter o equilíbrio social no deserto. À conta das esmolas e benesses iam criando divisões e invejas entre os seres do deserto de forma a que estes nunca se organizassem e tomassem consciência da situação degradante em que viviam. Chegavam mesmo a, ocasionalmente, convidarem um ser ou outro de cor a entrar no oásis e, como que por milagre, esse ser rapidamente perdia a sua cor e também ele se tornava cinzento. Parecia magia.

Os cinzentos tinham a característica de provocarem a desertificação por onde passavam. Aquele deserto era tão extenso exactamente por isso. Os cinzentos eram constituídos por sal e por isso tudo à sua volta era “queimado”. Este facto tinha levado a que os seres de cor tivessem posto a alcunha de “salgados” aos cinzentos originais e de “salgadinhos” aos seres de cor que se tornavam cinzentos.

É neste deserto que um pequeno grupo de seres amarelos – que eram os menos numerosos, mas os mais adaptados à vida do deserto visto nunca terem vivido nos oásis. Eram os mais revoltados com a situação de não terem acesso aos oásis –decidiu iniciar a construção do seu próprio oásis e, às escondidas e a altas horas da noite, deram início a encontros para começaram a construir o seu oásis.

Estavam conscientes que não podiam ir muito longe, mas mais que não fosse, para provocarem os cinzentos salgados e salgadinhos puseram mãos à obra.

Começaram a chamar seres de outras cores, para participarem na construção de um oásis, e a cada dia que passava o grupo aumentava e o número de cores também. À noite lá se encontravam na árdua tarefa da construção do oásis.
A iniciativa começou a ser falada e rapidamente todo o deserto sabia que os seres de cor estavam a construir o seu próprio oásis. Quanto mais a notícia se espalhava mais seres aderiam.

Os cinzentos sabiam do que se passava desde o primeiro dia, mas estavam conscientes do seu poder, e só não se riam porque a sua natureza não lhes permitia o riso. Pensavam: “Enquanto andam entretidos com aquilo, não nos incomodam”. Faziam de contas que não viam e pura e simplesmente ignoravam.

A cada dia que passava, a noite era mais ruidosa. Os seres de cores, definitivamente, não eram como os salgados e salgadinhos. Falavam, riam, gargalhavam ruidosamente enquanto construíam o seu oásis.
De noite para noite o numero de seres aumentava e o ruído também. Este facto começou a incomodar os salgadinhos. Habituados ao silêncio da noite do deserto começaram a ficar incomodados com aquela algazarra que todas as noites se repetia e que ia aumentando gradualmente. Começavam a não conseguir trabalhar nem descansar, tal era o ruído.

Aquilo que estava a acontecer era desconcertante para os salgados e salgadinhos. Não percebiam como é que aqueles seres que não tinham nada conseguiam rir e dar sonoras gargalhadas. Perguntavam-se: “De que riem estes seres miseráveis? Nós que temos tudo não conseguimos rir-nos porque será que eles, que não têm nada, se riem?”

Os seres do deserto, entusiasmados, e perante a ausência de intervenção dos salgadinhos, começaram a acreditar que a construção do seu oásis era possível. Só os seres amarelos sabiam que isso não era possível, mas estavam a gostar de ver a alegria dos outros que durante aqueles dias acreditavam e sonhavam que era possível. Só por isso já tinha valido a pena.
Numa das noites, as anedotas sobre salgados e salgadinhos eram tão divertidas, e o barulho dos risos e gargalhadas subiu a tal ponto, que o salgado-mor que vivia no centro do oásis não conseguia dormir. Chamou os adjuntos e assessores e exigiu explicações sobre aquele barulho que não o deixava descansar. Estes, a medo, explicaram que a situação estava sob controlo e que aquilo que se passava não era importante e só tinha aquele factor negativo de provocar tanto ruído à noite. O salgado-mor ouviu e não gostou. Ordenou, imediatamente, que fosse posto fim à folia pois considerou que a atitude daqueles seres estava a por em causa a produtividade e o trabalho dos seres do deserto.

Nessa mesma noite os salgadinhos, obedientes, prenderam todos os amarelos sendo uns expulsos do deserto e outros deportados para as zonas mais longínquas. Os seres das outras cores que participavam na “festa da construção” foram espalhados pelo deserto, separados e colocados próximos de outros oásis, tendo, os salgadinhos desses oásis ,sido avisados do comportamento condenável daqueles seres.

O silêncio da noite voltou ao deserto e o salgado-mor pôde repousar em paz.

No dia seguinte, o Sol nasceu no deserto e viu com espanto e indignação que aquilo que vinha observando há largos dias e que tanto apreciara, tinha desaparecido!
Revoltado, disse: “Nos próximos três dias não visitarei este deserto nem lhe darei o meu calor e a minha energia! Venham as nuvens e descarreguem sobre este deserto toda a sua água!”

E assim foi, as nuvens vieram, taparam o Sol e durante três dias e três noites só houve noite e chuva torrencial em todo o deserto. Há mais de trinta e cinco anos que não havia memória de chover tanto e durante tanto tempo, naquele deserto.

Os salgados e salgadinhos, desesperados, tentavam fugir e esconderem-se da água. Mas era impossível...não havia para onde fugir. Alguns escondiam-se por baixo dos outros na tentativa de se salvarem. Os salgados eram feitos de sal e a água estava a derrete-los. Uns fugiram para outros oásis na esperança de lá encontrarem salvação. Mas não! A chuva era torrencial e por todo o lado. Outros, pediam ajuda desesperada aos seres de cores, que não eram de sal...mas estes sorriam e choravam de alegria ao ver aqueles seres arrogantes, desesperados e a...derreterem-se na areia do deserto.

Os verdadeiros salgados, que eram inteiramente constituídos por sal, derreteram-se e diluíram-se na areia do deserto, os outros, os salgadinhos, os tais que tinham cor e se tornavam cinzentos ao entrarem no oásis, ganharam de novo a sua cor original e o seu riso, pois a sua mudança de cor devia-se à cobertura de sal a que tinham sido sujeitos.

Quando as nuvens desapareceram, o Sol surgiu e alegrou-se ao ver, de novo, o deserto cheio de centenas de seres coloridos que com grande azáfama entravam e saíam dos oásis.

Estavam atarefados na reconstrução de uma sociedade mais justa e igualitária em que todos os seres, independentemente da cor, deveriam ter direito a viver e a ter acesso às riquezas e ao conforto dos oásis do deserto.

Os cinzentos salgados e salgadinhos tinham desaparecido!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

A responsabilidade que nunca existe.

Este Blog tem a decorrer uma votação aqui do lado direito. Mas, pelos vistos os nossos visitantes não gostam muito de votar.
Até este momento, só votaram vinte e duas pessoas.
É um escândalo! Não o facto de só terem votado 22 pessoas. O escândalo é que destas vinte e duas, já houve cinco que votaram a dar razão à atitude da Ordem.

É inaceitável! Vou ver-me obrigado a entrar em campanha eleitoral pelo NÃO!

Não consigo perceber como é que alguém pode defender a ideia de que uma Ordem Profissional tem o Direito de contratar Advogados para cobrarem quotas em atraso a um profissional!

Os caros leitores sabem o que é uma Ordem profissional?
Uma Ordem profissional é uma organização corporativa com poderes delegados pelo Estado português para gerir o exercício profissional de determinada profissão.

Como tal, a competência de uma Ordem profissional passa pelo reconhecimento e certificação dos profissionais habilitados ao exercício profissional na sua área. Desta forma, meus caros, a Ordem dos Arquitectos ou qualquer outra ao detectar que um profissional não tem habilitações, não está certificado, não cumpriu as suas obrigações ou cometeu qualquer ilegalidade profissional a única coisa que deve fazer, e tem obrigação de o fazer, é através de um processo disciplinar retirar ao profissional em causa a sua “carteira profissional” inibindo-o do exercício da profissão.

As situações existentes de quotas em atraso são um dos grandes atestados de incompetência passados pelos próprios membros da Direcção da Ordem a si próprios. E não sei mesmo se não virão ainda a ser responsabilizados judicialmente por isso.

Eu como membro da Ordem, que sempre tive as quotas em dia, considero ofensivo o desleixo das várias Direcções que passaram pela Ordem dos Arquitectos, que nunca actuaram, que nunca fizeram aquilo que era o seu dever. Se havia Arquitectos que não pagavam as quotas, deveriam ter sido inibidos do exercício profissional da Arquitectura. Porque é que não foram retirados, na devida altura, os direitos de exercício da profissão aos Arquitectos que deixaram de pagar as suas quotas?

É uma vergonha que durante anos e anos não se tenha feito aquilo que devia ser feito, para agora vir resolver um erro, com outro erro ainda maior.

Como é que vão cobrar as quotas aos Arquitectos devedores que entretanto faleceram? Vão penhorar a família?

Quem são os responsáveis pela situação criada? Quais os danos que provocaram à Ordem e aos Arquitectos envolvidos?
Como sempre em Portugal, e também na Ordem dos Arquitectos, não deve haver responsáveis.

O Arquitecto do Futuro será um Jurista?

O exercício da Arquitectura enquanto profissão está a mudar. Ou melhor...tem vindo a mudar muito, ao longo dos últimos 10/15 anos.

Aquela visão romântica, que tinhamos, do Arquitecto, a criar a sua obra, sentado ao estirador, já morreu.
E a visão moderna, do Arquitecto, a criar a sua obra, sentado à frente de um monitor de computador, também está a morrer.
A necessidade de existência de Arquitectos camarários está a desparecer.
Eu julgo mesmo, que apesar de fazerem cada vez mais Arquitectos, a profissão de Arquitecto está mesmo a morrer.

A "verdade", hoje unanimemente aceite, de que é essencial vivermos num estado de Direito, está a matar a Arquitectura enquanto profissão. E não só a Arquitectura, muitas outras áreas profissionais e de vivência social estão a ser abafadas por uma opressão legislativa criada pelo Direito.

Estamos muito perto de passarmos de um Estado de Direito a um "Estado do Direito"!

O Direito está a contaminar toda a sociedade de uma forma extremamente negativa, pelo seu excesso, pela sua mediocridade e pela sua necessidade de dar emprego a um número completamente anormal de licenciados na área de Direito.

Sei que esta minha opinião é muito discútivel, mas gostaria de ouvir a vossa opinião.

Será que estou enganado ou não falta muito para termos juristas a analisar Projectos de Arquitectura?

quarta-feira, 22 de abril de 2009

A Chefe de Redação chamou-me à atenção.

Pois! É verdade. Mais uma vez fui chamado à atenção pela Chefe de Redação (MJ)!

Agora, diz-me que eu estou a dar um carácter político ao Blog. Isto há cada uma...eu que nunca fui político (nem correcto nem incorrecto). Eu que nunca tive partido. Eu que nunca liguei nenhuma à política. Sou, agora, apontado por estar a dar um carácter político ao Blog!

É certo que não é bem isto que me foi dito. Na verdade, a chamada de atenção tem a ver, com o facto de que, quem está de fora, poder interpretar estes textos com outras intenções. Uma coisa do género, tipo conspiração, contra o actual poder político instalado, de forma a previlegiar ou criar condições para que outro poder se instalasse ou denegrir a imagem deste ou daquele ou...ou...ou...outra coisa qualquer politica.
Ai que medo! Funcionário, política, intervenção, critica, medo, perigo, cuidado, segurança, futuro...Basta! As pessoas não falam, não comentam, não participam, porque não querem! É uma opção de cada um,que temos de respeitar. Ninguém é obrigado a falar ou comentar e ninguém é obrigado a ficar calado! Vivemos em liberdade!

Aquilo que disse e escrevi até ao momento tem o valor que tem (nenhum)! Mas o que escrevi é isso mesmo e mais nada! Não há interpretações nem intenções nem forças ocultas! Nada! E quem quiser contestar tem todo o direito de o fazer. Se eu tiver errado, pecado ou enganado alguém, evidentemente que pedirei desculpas.

Sempre tentei, desde o início, salientar o facto deste Blog ter como objectivo principal e prioritário dar visibilidade a um conjunto de injustiças que a profissão do “Arquitecto camarário” está a ser alvo! Esta é a verdade e ponto final parágrafo!

Eu sou arquitecto camarário (da CML) e não tenho que ter vergonha disso, nem o posso negar e pior ainda: "não o nego"!

Queriam que eu escrevesse para um Blogue muito politicamente correcto chamado como?
"O Arquitecto e as suas dúvidas existênciais." ou,
"Um Arquitecto à beira de um ataque de nervos." ou
"O Arquitecto que foi mas já não é da CML" ? É isto que esperavam? Seria isto o correcto? O facto de ser Arquitecto da CML há mais de vinte anos é pecado? É condenável? Um Arquitecto da CML é um cidadão de segunda que não pode emitir opinião?

Por amor de Deus...prejudicam-me economicamente, desvalorizam publicamente a minha imagem, sacam o meu dinheirinho até onde podem e ainda querem que eu esteja calado e submisso. Não! Não me peçam isso!

A minha vida foi “gasta” na CML, uma instituição que eu respeito e para a qual dei a minha vida, pelo que tenho o direito e o dever, de a honrar e defender ao contrário dos inúmeros oportunistas que ao longo dos anos se têm aproveitado dela para se promoverem, para enriquecerem e muitos deles, para darem resposta às suas “taras” e aos seus problemas psicológicos.

Lamento, mas eu sou mesmo assim! Os habitantes de Lisboa merecem muito mais do que aquilo que a Câmara de Lisboa lhes tem dado nos últimos vinte ou trinta anos! Isto não é política! Isto é a verdade!

Os Arquitectos da CML e de todas as outras Câmaras do País merecem muito mais do que aquilo que lhes tem sido dado pela Ordem dos Arquitectos desde que ela existe! Isto não é política! Isto é a verdade!

Destas verdades eu não abdico e delas falarei e escreverei enquanto puder e me deixarem.

E isto não é política é cidadania!

a vida

Há uns anos atrás, tive um amigo especial.

Esse amigo tinha por hábito registar, em pequenos blocos, considerações, presumo que acerca do seu quotidiano.

Excelente aluno que era, entrou na faculdade de medicina e especializou-se em psiquiatria.

Foi à data uma pessoa importante na minha vida, …, um confidente, um AMIGO “maior”.

Mas a vida é assim mesmo, conduz-nos por caminhos distintos, e acabamos por perder o rasto de alguns!

Ficam contudo as memórias, as aprendizagens e sentimentos vivenciados. Esses são impossíveis de apagar porque criaram raízes e constituem parte do nosso crescimento interior.

Outros chegam para preencherem o vazio e acrescentarem sempre mais alguma coisa a esse desenvolvimento pessoal e intelectual inerente ao processo de envelhecimento.

Curioso é contudo perceber que, entre aqueles com que nos vamos cruzando na vida existam alguns que nos marcam profundamente pela negativa.

Estão impregnados por esses novos valores instituídos, subir na vida a qualquer preço…, nem que para isso seja necessário morder a mão daqueles que os ampararam nos primeiros passos das suas fantásticas carreiras profissionais.

E como as carreiras, as cadeiras, as maneiras, são para preservar o maior tempo possível, …, arranjam os cartões, as opiniões, as posições que melhor sirvam os que agora lhes dão as mãos mas que a seguir serão mordidos!

Boa noite.
(cuidado com os cães que passeiam na área...)





terça-feira, 21 de abril de 2009

Mais uma vez...estou triste.

Hoje estou triste, e tenho consciência de que não devia escrever nada.
Estou mesmo chateado!
Estive a ouvir o Engº Sócrates – o nosso Primeiro Ministro – e não gostei nada. Não foi isso que me fez ficar triste. Eu já estava triste antes de o ouvir. O homem não tem culpa do meu estado de espírito!
É certo que não me ajudou nada, mas ele não tem culpa.

Incomoda-me o discurso desta gente...falam de problemas e mais problemas, de soluções e mais soluções, mas nunca falam da minha situação. Os problemas deste país foram: o aborto; foi ou é o casamento gay; foi ou é a união de facto; são as auto-estradas; é o futuro Aeroporto; é o TGV; é um conjunto de pessoas que ganha trezentos e qualquer coisa euros (não conheço ninguém nessa situação); é um conjunto de pessoas que usam os off-shores para fugirem aos impostos (também não conheço ninguém nessa situação); é a relação de recados entre o Presidente e o Primeiro Ministro (não conheço nenhum deles); é o Freeport (também não conheço)...enfim, um enorme emaranho de problemas e soluções com que eu não tenho nada a haver.

Quem é que trata dos meus problemas? Onde estão as soluções para as minhas questões? Eu não sou gay! Eu não tenho uma familia monoparental! Eu não tenho uma união de facto! Eu nunca coloquei a hipótese, ou tive a necessidade de fazer aborto! Eu não ganho menos que trezentos e qualquer coisa euros nem conheço ninguém que ganhe isso! Eu não tenho dinheiro em off-shores ou na Suiça, nem conheço ninguém nessa situação! Eu tive e tenho que pagar a minha casa ao contrário dos meus vizinhos a quem a Câmara ofereceu a casa com o meu dinheiro! Eu tenho que pagar a taxa de conservação de esgotos, que a Câmara não conserva! Eu tenho que pagar o IVA aplicado sobre o imposto que é aplicado aos veículos automóveis! Eu tenho que pagar o estacionamento à EMEL (que é da Câmara) porque os lugares de estacionamento do edifício da CML, onde eu trabalho, estão ocupados com os carros dos dirigentes e assessores! Eu tenho que pagar o meu telemóvel quando estes têm telemóvel pago com o meu dinheiro! Estes senhores deslocam-se com automóveis (e combustível) comprados ou alugados com o meu dinheiro quando eu tive que comprar o meu automóvel (e pago o combustível)!
Enfim, eu tenho que pagar uma quota à Ordem dos Arquitectos para poder trabalhar, em regime de exclusividade, para a CML. Normalmente é ao contrário: o trabalhador em regime de exclusividade é compensado por isso.
Obrigado por tudo senhores Presidentes desta República, Primeiros Ministros, Presidentes de Câmaras, Secretários, Adjuntos, Assessores...e todos os outros que fazem com que este País seja um lugar tão aprazível e agradável para se viver!

Eu sabia que hoje não era um bom dia para me pôr a escrever! As minhas desculpas aos visitantes. Prometo que amanhã vai ser melhor.

Os sapatos sujos de Mia Couto (6)

“A passividade perante a injustiça”

A passividade perante a injustiça não é um sapato sujo só dos Africanos.
Mais uma vez, Mia Couto coloca o dedo na ferida.
A sociedade africana, portuguesa e concerteza muitas outras vivem um período em que outros interesses falam mais alto e levam a que sistematicamente no nosso dia-a-dia tomemos uma atitude passiva em relação às injustiças com que somos confrontados.

Este Blog nasceu devido a atitudes claramente injustas tomadas por instituições oficiais deste país em relação a uma classe profissional. Veja-se o resultado. Que fizemos? Nada? Pouco? Não, muitos de nós nem tempo temos para esse tipo de questões.
Em primeiro lugar está o nosso conforto. A nossa segurança não pode ser posta em causa. Vivemos de um ordenado e temos...TEMOS MEDO!
Esta é a verdade que ninguém quer dizer, porque chegámos ao ponto de pensarmos que até dizer isto é perigoso.
A nossa passividade vem do medo que temos e não da falta de tempo ou de outras desculpas esfarrapadas que inventamos diariamente para justificar a nossa atitude passiva em relação á injustiça.
Amigos, descalcem o sapato sujo da passividade e não tenham medo!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Os sapatos sujos de Mia Couto (5)

“A vergonha de ser pobre e o culto das aparências”

A necessidade que a nossa sociedade actual tem de mostrar que não é pobre é verdadeiramente assustadora. O culto das aparências tornou-se uma obrigação.

Não ser rico tornou-se uma vergonha! Todos temos necessidade de ostentar sinais exteriores de riqueza. Seja o telemóvel, seja o automóvel, seja o LCD, todos temos de ter aquilo que os outros (ricos) têm.

Mia Couto dá um exemplo extraordinário da sua experiência que me chamou especialmente a atenção pelo facto de há um ano atrás me ter acontecido uma situação muito semelhante: a simples compra de um automóvel!

Eu decidi comprar um pequeno automóvel para uso urbano e dirigi-me ao concessionário, escolhi o carro e manifestei a minha intenção na aquisição daquele modelo naquela cor. Foi um escândalo! O vendedor nem queria acreditar...um Sr. Arquitecto camarário a comprar uma porcaria daquelas...ainda por cima daquela cor!!! Não era possível, não era compatível com o meu estatuto.
Não percebi...o meu estatuto? Qual estatuto? Uma pessoa com o meu “estatuto” tinha que comprar um Audi, Mercedes ou BMW e evidentemente, teria que ser cinzento! E havia tantos cinzentos bonitos...

Tive grande dificuldade em explicar ao senhor que queria mesmo aquela viatura. Por pouco tinha que ir a outro concessionário, tal foi a pressão a que fui sujeito para não comprar “aquilo”.

Que pobre sociedade esta em que os principais valores passam pela necessidade de parecermos aquilo que não somos, mesmo que seja, à custa do nosso endividamento, ou pior ainda, o endividamento dos nossos filhos.

Tesourinhos Deprimentes

Há algum tempo atrás, um prestigiado membro da sociedade da capital do Reino – ele escrevia uma coluna de opinião num diário da Capital – teve um problema de vizinhança e recorreu aos Serviços da Edilidade de forma a resolver o seu problema.

Tratado de forma anónima, como qualquer outro cidadão, não gostou do tratamento e escreveu directamente ao Presidente.

Na sua missiva fez questão de dar um toque pessoal manuscrevendo o cumprimento inicial e a despedida final e um toque de intimidade tratando o Presidente por “tu”. “Prezado ...”, “Com os meus cordiais cumprimentos e estima pessoal..”

Durante a sua exposição insurge-se contra os técnicos camarários: “Que estão os técnicos a fazer? Puro laxismo e irresponsabilidade.” Mais à frente apoia o Presidente e aconselha: “Prezado (nome), sei que tem uma espinhosa missão pela frente. Definiu os seus principais objectivos para a sua linha de acção. Eu atrevia-me a acrescentar mais um – combate sem tréguas ao laxismo e à irresponsabilidade que grassa na Câmara da Capital do Reino.” E mais à frente: “Estimado (nome), estas situações não podem passar impunes. É necessário pulso forte e responsabilizar directamente quem comete erros ou atropelos à dignidade do cidadão”.

Mas, o melhor estava no final. Uma pequena nota no final da página dizia:

“Nota: Gostaria de lhe referenciar ainda e como “nota de pé de página”, que sou o militante nº **.*** do nosso partido.”

Eu gostei, especialmente, do sinal de cidadania, dignidade, responsabilidade e respeito da “nota do pé de página”, dado pelo ilustre e prestigiado membro da sociedade - que até tinha, e deve continuar a ter, uma coluna de opinião num diário da Capital do Reino...e vocês?

A PERGUNTA DA SEMANA

O Arquitecto camarário, sendo um técnico superior da função pública, não deveria ser tratado como os outros técnicos superiores da função pública?

sábado, 18 de abril de 2009

Resposta aos visitantes

Um colega nosso escreveu-nos um mail com o seguinte texto:

“Apenas uma opinião...
Julgo que o blog não deveria ser anónimo...
Será por uma questão de risco?
O 24 de Abril ainda anda por aí?????
Bons post’s!”


Em primeiro lugar, obrigado por ter dado a sua opinião.

Em segundo, sentimo-nos na obrigação de dar uma explicação.

Este Blog não é pessoal!
Este Blog é um espaço de liberdade e é de todos os Arquitectos da CML e não só...todos podem participar livremente, é só uma questão de vontade e iniciativa pessoal. Através dos comentários aos Posts ou directamente colocando Posts pessoais, basta contactarem-nos pelo e-mail e qualquer um pode participar sob pseudónimo ou com o seu nome.
Este Blog é livre e aberto a todos aqueles que quiserem participar “opinando” de forma decente e respeitosa – o único limite à intervenção é o colocado pela Chefe de Redacção (MJ). Devido a esta postura não faz nenhum sentido que estejamos a colocar os nossos nomes, seriam muitos nomes e não teria qualquer interesse.

Em relação ao “risco”, dizemos, ao colega, que o risco é inerente à vida. Só não corremos riscos quando já estamos mortos. Aqueles de nós que não correm riscos é porque já morreram. Muitos desses, parecem vivos exteriormente, mas já morreram interiormente.
Nós estamos vivos e, como tal, corremos riscos e sonhamos. Esses outros, que não querem correr riscos, já deixaram de sonhar.

Em relação à última questão: se o 24 de Abril ainda anda por aqui, nós respondemos que não. O 24 de Abril só passa por aqui uma vez por ano e segundo nos disseram ele vai passar por cá na próxima Sexta-feira. Por acaso temos pena, porque se passasse na Quinta era sinal que tínhamos um fim-de-semana prolongado. E por aí? Ele passa mais vezes?

Um abraço, caro colega, e escreva sempre que lhe apetecer.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

O Polvo

Um colega escreveu-nos a apresentar algumas questões relacionadas com os temas abordados neste blogue e logo no início do seu texto disse o seguinte:

“Desde já felicito-vos pela coragem em enfrentar questões que incomodam este polvo que é a CML!!!”

Nós desde já agradecemos o “elogio” mas convém dizer algumas coisas de forma a esclarecer a nossa posição:

1º Nós não somos corajosos, antes pelo contrário. Nós não temos nenhuma intenção de ser heróis. Defendemos o lema de “que mais vale ser cobarde vivo que herói morto”.

2º Sabemos muito bem que a Câmara Municipal de Lisboa é um polvo mas não temos a mínima intenção de incomodar o polvo. Nós fazemos parte do polvo há mais de vinte anos.

Dito isto, adianto ao colega que a comparação da CML com o polvo (animal) é muito interessante. O colega sabe que o polvo não tem um cérebro centralizado como o ser humano?

O polvo tem o cérebro distribuído pelos seus tentáculos tal e qual como a CML. Nós somos apenas uma pequena parte de um desses tentáculos e não somos acéfalos, só isso!

Acreditamos, ingenuamente, que podemos ser, tal como o sal, aquela pequena substância que gradualmente vai salgando e dando sabor a toda a comida. Temos o sonho utópico que a nossa intervenção possa contaminar o polvo e torná-lo melhor interna e externamente. Utopias...

Além do referido, convém dizer que nós apreciamos muito o polvo, principalmente, quando é à Lagareiro! É certo que neste momento o polvo está demasiado salgado, gostaríamos que não fosse tão salgado pois até seria mais saudável, mas há gostos para tudo e nós temos que os respeitar. Outro polvo virá e esperamos que seja menos salgado do que este.

Caro colega, um abraço e sempre que queira, escreva-nos...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Os sapatos sujos de Mia Couto (4)

"A ideia que mudar as palavras muda a realidade"

Ao ler o texto deste quarto sapato de Mia Couto não pude evitar a lembrança de um diálogo que tive com um colega quando iniciei este Blogue.

Ao iniciar este Blogue consultei vários colegas explicando os objectivos e solicitando os seus conselhos, ideias e recomendações. Um desses colegas, foi muito engraçado, porque começou por me dizer desde logo que o nome do Blogue não devia ser aquele que é! O que estava em causa não era o conteúdo mas sim o facto do nome do Blogue se referir de forma clara à Câmara Municipal de Lisboa...

Actualmente é esta a cultura que vigora: não interessa o conteúdo mas sim o embrulho. A Imagem, a embalagem...é que vende. Se o produto não presta ou não tem valor é um factor secundário, e colocar o nome da CML no titulo de um blogue critico da CML e da OA é sempre um perigo.

Este quarto sapato de Mia Couto leva-me a pensamentos e reflexões que ultrapassam em muito o espaço que a Chefe de redacção me disponibiliza para vos ocupar os vossos tempos livres. Contudo ainda vou dar um pequeno apontamento sobre esta ideia.

Ao ler o texto de Mia Couto sobre a realidade africana lembrei-me da figura que muitos de nós fazemos ou fizémos quando participámos na farsa dos concursos internos de promoção na carreira.

Mia Couto fala da realidade africana e eu estou a falar da realidade portuguesa ou mais concretamente da realidade da CML.

No último concurso “espectáculo” em que participei, o candidato recebia umas décimas ou centésimas (não sei bem) se apresentasse o seu CV (cartão de visitas segundo Mia Couto) em Power Point. Riam-se! riam-se!

Por amor de Deus...isto só pode ser para rir. Ninguém no seu perfeito juízo pode levar isto a sério! Ganhar umas décimas num concurso de Técnico Superior da Função Pública por utilizar o Power Point? (Não interessava se a apresentação era uma nódoa, um vómito ou outra coisa qualquer...o importante era que fosse em Power Point!)

Decididamente, julgo que quem decidiu uma coisa destas tem que se candidatar às “Novas Oportunidades” do Engº Sócrates.

Esta realidade ultrapassa em muito os africanos. Afinal Portugal ou a CML localiza-se em que Continente? Na Europa não é de certeza!


Brevemente voltarei a este quarto sapato...

A Ordem dos Arquitectos está com dificuldades financeiras

É verdade! Sabemos de fonte segura que a Ordem dos Arquitectos está com dificuldades económicas e financeiras. Este facto levou mesmo, a que a Ordem tivesse decidido contratar um gabinete de advogados para "convencer" os Arquitectos camarários que não pagam as quotas a fazê-lo de "livre vontade". A crise está a chegar a todos!

As nossas fontes revelaram que a Ordem está mesmo em "falência técnica".

Este facto é muito grave, eu como Arquitecto, fico triste e preocupado, pois a Ordem dos Arquitectos tem tido um papel fundamental para o meu exercício profissional, de mais de vinte anos, como Arquitecto camarário.

Desta forma proponho a todos os colegas Arquitectos que de forma solidária nos juntemos e durante o próximo ano, paguemos uma quota suplementar de cem euros mensais para que a nossa querida Ordem dos Arquitectos consiga superar as suas dificuldades económicas.

ATENÇÃO! Uma nova votação começou

Uma nova votação começou, não te esqueças de participar. O dia limite para votar é 30 de Abril.

A questão está aqui à direita e julgamos que é bastante pertinente.

Gostávamos de saber a tua opinião. Participa.

A Votação Terminou

A votação terminou e a resposta foi esmagadora: 100% de votos a defenderem que os Arquitectos camarários deveriam ser recompensados economicamente pelo facto de estarem inibidos do exercício profissional fora da Câmara!!! E não houve abstenções, nem votos nulos ou brancos...um espectáculo!

Infelizmente a realidade é outra. Os Arquitectos camarários em vez de serem compensados pela inibição imposta ainda são OBRIGADOS a pagarem do seu bolso e do seu mísero ordenado as quotas a uma Ordem que não tem vergonha de ainda não ter apresentado as suas contas dos anos passados. Uma vergonha de que ninguém fala...sabe-se lá porquê?

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O Blogue faz hoje um mês

É com alegria que celebramos hoje um mês de vida.
No dia em que este Blogue faz um mês ultrapassou as 2.000 visitas!
É interessante mas, estávamos à espera de mais...não tanto no número de visitas mas, principalmente, na participação através dos comentários.
Temos pena, mas, sabiamos que ia ser difícil.
Estamos a fazer a nossa parte e temos esperança que gradualmente os Arquitectos e Arquitectas desta Câmara (e não só) façam a sua reflexão e tomem a atitude correcta em relação à forma como a profissão está ser tratada.
Vamos continuar, esperando que a participação aumente, mais que não seja, pelos novos colaboradores que irão aparecer e de certeza nos irão surpreender com os seus textos.
Muito obrigado a todos os que nos têm apoiado e ajudado com as suas opiniões informais e com os incentivos e ideias que nos têm dado. Bem hajam.

Os sapatos sujos de Mia Couto (3)

“O preconceito de que quem critica é um inimigo”

Este é um preconceito profundamente enraizado na sociedade portuguesa contemporânea. Com origem concerteza nos anos de ditadura, antes de 74, em que quem criticava era punido, este preconceito prolonga-se para a nossa sociedade actual principalmente no interior da função pública.
A necessidade evidente do respeito, obediência e fidelidade à hierarquia é rapidamente transformada na completa ausência do poder e direito à critica. Os nossos serviços públicos estão transformados (ou sempre foram) espaços mortos, parados no tempo, devido à total ausência de poder critico por parte de quem neles desenvolve a sua actividade profissional.

Enquanto gastamos horas e horas a ensinar aos nossos filhos a necessidade deles desenvolverem o seu “espírito critico” como factor essencial de crescimento e desenvolvimento, oferecemos-lhes depois uma sociedade em que a critica não tem espaço nem lugar. Talvez seja este um dos motivos de sermos o País mais atrasado a todos os níveis da Europa comunitária.

Todos sabemos como a critica é vista nos nossos Serviços: Se um subordinado critica uma chefia ou um serviço não é porque algo esteja mal (nem sequer se pensa no conteúdo da critica feita). Se isso acontece é porque “ele anda à procura de alguma coisa” – cá para mim também quer é um tacho ou um lugar e com esta atitude ainda leva é uns patins!;
Se uma chefia faz uma critica a um funcionário não é por que tenha qualquer razão (nem sequer se analisa o conteúdo da critica) é simplesmente porque não gosta dele, está-lhe a mostrar um cartão amarelo e se não se põe a pau ainda vai parar aos disponíveis!

Este é o ambiente actual. A critica não é vista de forma positiva e como ponto de partida para uma mudança de atitude no sentido da melhoria do desempenho individual ou colectivo.

A sério, que acredito (eu sou um crente), que quem nos critica não é o nosso inimigo. Na maioria das vezes é o nosso melhor amigo que teve a coragem e a capacidade de nos criticar para nós melhorarmos o nosso desempenho e crescermos.

Tu que és chefia e tu que és funcionário ganha coragem e descalça este sapato que não te deixa crescer.

A Abelha Mestra chegou

Parabéns!

A Abelha Mestra começou a colaborar activamente com este Blogue!

Não se esqueça de ler e comentar o seu primeiro post (Tempo cinzento). Está espectacular!!!

Outros se seguirão, não só da Abelha Mestra mas de outros Arquitectos e Arquitectas contentes, sorridentes, satisfeitos, animados, motivados e divertidos desta Câmara Municipal.

Os Arquitectos(as) da CML têm imensos motivos para estarem contentes, sorridentes, satisfeitos, animados, motivados e divertidos...

E eu acreditei que era verdade...

Nasci numa família pequeno burguesa, humilde e católica e como tal fui educado segundo as regras da época.
Na Igreja ensinaram-me a ser humilde e verdadeiro. E eu acreditei que era isso que estava certo.
Durante a minha adolescência houve uma revolução no meu país. Nessa altura disseram-me que tinha chegado a liberdade. Até aí o país tinha vivido uma longa noite de ditadura e opressão. Eu nunca tinha dada por isso, era muito novo, mas, acreditei que isso era verdade.
Agora vivia num país livre e democrático. Já se podia falar e emitir opinião de forma livre. A repressão e a limitação à liberdade de expressão e opinião tinham terminado. E eu acreditei que isso era verdade.
Nos últimos anos do Liceu tive a felicidade de encontrar um conjunto de professores que me ensinaram que a Liberdade era um direito inalienável, a liberdade de expressão e opinião eram valores absolutos e de forma definitiva tinha terminado o delito de opinião. E eu acreditei que isso era verdade.
Esses professores ensinaram-me que o espírito crítico era um valor fundamental para a evolução da sociedade. Sem espírito crítico não havia crescimento e desenvolvimento. E eu acreditei que isso era verdade.
Foi nessa altura que o meu professor de Geometria Descritiva (era Arquitecto) me mostrou como era interessante a profissão de Arquitecto. E eu acreditei que isso era verdade.

Passados todos estes anos e olhando para este País, para esta Câmara, para esta Ordem dos Arquitectos, constato que afinal andaram sempre a enganar-me. Tantos anos a acreditar e afinal… era tudo mentira!
Por vezes chego a interrogar-me se só eu é que acreditei nestas patranhas. Será que todos os outros não andaram nas mesmas escolas que eu? Liberdade de expressão e opinião? Espírito crítico? Arquitectura? Pois.. pois…será que deixei de ser ingénuo…?

Tempo cinzento

Hoje estou como o tempo, cinzenta …

Continuo a não querer falar de trabalho… Qual trabalho??
Parece que nos dias que correm, o pouco que existe é desviado para os mestres… não da experiência ou do conhecimento prático das questões, mas do sebo …, aquele que serve para untar as botas dos Senhores da Urbe …, daqueles que não vêem o óbvio porque estão inebriados com o seu PSEUDO SUCESSO… um sucesso que germina, quais moradias dos bairros deixados por Salazar …, tão desejado por alguns munícipes que, não fora o 25 de Abril e continuavam donos de nada …
A esses digo que já estivemos mais longe desses tempos !!!

E pensar que ainda há poucos meses atrás gostava de ir trabalhar …
Era o tempo em que acreditava que iria existir uma mudança de mentalidades, uma mudança de atitude e do modo como se deve servir a cidade e os cidadãos e não meros interesses particulares … ENGANEI-ME!

Pergunto-me:
- Estarei a entrar em Depressão? Recessão? Deflação?
Sou, como tantos outros, um reflexo deste país …

Para os Senhores da Urbe, que se colam às cadeirinhas do poder, quais sanguessugas disformes de tanto sangue chuparem, ofereço:

“- Diz-se que um grande traseiro torna uma gaja boa. Ah! Gosto das gajas mamalhudas, gosto do cheiro que elas deitam.
Ao dizer isto ele começou a ficar grande, grande, e quando tocou no tecto desfez-se num milhar de bolinhas.
O porteiro Pantelei apareceu e, com a ajuda da pá que habitualmente usava para apanhar a caca dos cavalos, juntou as bolas e levou-as para um sítio qualquer, no pátio das traseiras.
E o sol continuou a brilhar como antes e as mulheres continuaram, como antes, a deitar um cheiro que inebriava.”
(COMO UM HOMEM SE DESFEZ, Daniil Harms)

terça-feira, 14 de abril de 2009

Os sapatos sujos de Mia Couto (2)

“A ideia de que o sucesso não nasce do trabalho”

Depois de mais de vinte anos a trabalhar no Município de Lisboa é difícil encontrar alguém que acredite que o sucesso profissional e económico nasce do trabalho.
Depois daquilo a que assistimos todos os dias, todas as semanas, todos os meses, todos os anos...legislatura atrás de legislatura, leva-nos a acreditar que o sucesso não nasce do trabalho mas sim de outros factores chamados padrinhos, cunhas, interesses, conhecimentos, amigos, compadrios, etc...

E este é um grande erro que todos vamos cometendo sucessivamente geração após geração.

O facto de passarmos a acreditar (por vezes sem darmos por isso) que o sucesso não nasce do trabalho é o primeiro e, julgo eu, o principal factor, que leva a que rapidamente nos transformemos em profissionais medíocres.

O facto de pensarmos que o nosso trabalho não é apreciado e avaliado de forma honesta e que são outros os factores determinantes para o sucesso, retira-nos força de vontade, criatividade, imaginação e faz-nos baixar os braços.

Colega e amigo, descalça este sapato e valoriza o teu trabalho com dignidade e honra. Se o fizeres nunca te tornarás em mais um medíocre no meio de tantos outros.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

A Mensagem da Semana

Uma explicação devida…

Já lá vão quase quinze dias, e nada de novo neste blogue.
Há que dar uma explicação e pedir desculpas aos nossos visitantes.

Depois daquela mentirinha do dia 1 de Abril “Viva o Presidente António Costa!!! Viva!!!” (era bom não era?) deveríamos ter dito alguma coisa. Mas não! Fomos de férias… carregar baterias… ganhar energia…para continuar a malhar nos mesmos!

Cá estamos de novo, com uma equipe de redacção reforçada que vai fazer com que este blogue deixe de ser um monólogo.

Espero que “o espectador comprometido” tenha aproveitado o intervalo para sair de cena.

Temos ideias, imaginação e criatividade qb. Vamos ver até onde conseguimos ir ou até onde nos deixam ir.

Dentro em breve vamos trazer-vos novas ideias e iniciativas…esta é uma promessa que esperamos poder cumprir.

Tal como Obama: YES! WE CAN! YES! WE CAN! YES! WE CAN! YES! WE CAN! YES! WE CAN! YES! WE CAN!

A Chefe de Redacção

Há uns dias atrás a nossa Chefe de Redacção (MJ), chamou-me a atenção para a falta de qualidade dos temas abordados neste blogue e aconselhou-me a ler um texto de Mia Couto.
Eu, ignorante, desconhecia completamente a Obra do dito senhor e obediente, como sempre, fui consultar o referido texto. Digo-vos que foi uma agradável surpresa.
Pela lucidez, pela coragem, pela clareza, pela frontalidade…gostei mesmo!

O texto em causa era uma Oração de sapiência proferida por Mia Couto em 2005.

Mia Couto intitula a sua Oração de Sapiência com o titulo “Os sete sapatos sujos” referindo-se aos sete sapatos que os africanos têm que descalçar para enfrentar ou entrar na modernidade.

Lendo o texto constatei que não são só os africanos que têm de descalçar os sapatos sujos. Muitos de nós, em Portugal e na Câmara Municipal de Lisboa também temos de descalçar os sapatos sujos e concerteza que não são só sete mas, se calhar setenta.

Ao longo desta semana irei abordar estes “sete sapatos sujos” de Mia Couto que todos nós calçamos todos os dias.

Os sapatos sujos de Mia Couto (1)

“A ideia que os culpados são sempre os outros e nós somos sempre vítimas”

Basta entrar no edifício central do Campo Grande para se ouvir o queixume dos funcionários.
No elevador os contínuos queixam-se…no serviço os técnicos queixam-se…no bar os administrativos queixam-se. A culpa é dos outros!
O ambiente é próximo do muro das lamentações…tudo está errado! A culpa é do chefe…a culpa é do Director…a culpa é do sistema…a culpa é do Vereador…a culpa é do presidente…não, a culpa é do anterior Presidente…não, não, a culpa é do outro Presidente antes do anterior…! A culpa nunca é nossa, é sempre dos outros! Basta!
Não será verdade que todos nós temos culpa? Que fez cada um de nós para alterar a situação? NADA! NADA! NADA!
Que quereis vós? Prendas? Não pensem que vos dão aquilo que desejais sem lutar por isso.
Não vos lamenteis se não tendes coragem de lutar por aquilo que achais justo.
Meus amigos, não há almoços grátis! Vocês são vítimas somente de vós próprios. Descalcem o sapato e façam alguma coisa para deixarem de ter culpa e deixarem de ser vítimas.

Atenção à votação

A votação aqui à direita está quase a terminar!

Não te esqueças de exercer o teu Direito de voto.

Os resultados até ao momento são es…ma…ga…do..res….!

Eu não sei! Mas gostava de saber…

que projectos, a Arquitecta…paisagista Leonor Cheis, tem apalavrados ou contratualizados com a CML. Alguém nos pode informar?

Se é verdade aquilo que se diz, agora é que Lisboa vai ser uma cidade com ideias novas e frescas…

Enfim…uma cidade cada vez mais “transparente”.

A PERGUNTA DA SEMANA

Quem vai ganhar a 1ª Liga de Futebol (campeonato nacional)?

Benfica (SLB), Porto (FCP) ou Sporting (SCP)?

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Conselho de amigo

Caros amigos, hoje de manhã, fui tomar a bica com um velho Arquitecto, colega há vários anos, nesta mal-fadada casa. Perante o mau ambiente normalmente existente no refeitório decidimos ir ao PapaCaffé.
Não vos conto nada...estava tão mal frequentado que vos aconselho seriamente...se puderem evitar não hesitem.

Viva o Presidente António Costa!! Viva!!!

Numa atitude inédita e inesperada o Sr. Presidente, Dr. António Costa, comunicou-nos que decidiu solicitar um parecer ao Departamento de Finanças e Orçamento da Câmara de forma a resolver as questões por nós colocadas.
Segundo nos disse, conta que, já a partir do 3º trimestre de 2009 será a Câmara Municipal a assumir as quotizações dos Arquitectos, à Ordem dos Arquitectos, ao seu serviço. Para isso mandou elaborar um protocolo com a Ordem dos Arquitectos que será assinado ainda antes do final do corrente mês.
Por outro lado o Sr. Presidente afirmou que tendo em conta a situação degradante a que a profissão chegou e no sentido de repôr alguma dignidade nos Arquitectos da edilidade - e para isto contribuiu em muito a opinião emitida pelo Sr. Vereador Arquitecto Manuel Salgado - decidiu que já a partir de Agosto de 2009 os Arquitectos irão receber 30% do seu salário base a mais a titulo de subsidio de exclusividade.
E como não há duas sem três o Sr. Presidente decidiu reembolsar os Arquitectos das quotas pagas a partir da data do Despacho 87/P/2006 de 23 de Fevereiro.
Perante tão boas notícias a equipe de redacção deste Blogue já está a organizar um almoço de comemoração em que o Sr. Presidente da Câmara, o Sr. Presidente da Ordem e o Sr Vereador Manuel Salgado são os convidados de honra.
Viva o Presidente!!!