quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Coisas que incomodam


O actual executivo, ao mesmo tempo que explora e ignora os Arquitectos e os funcionários,(de forma vergonhosa e cobarde) toma atitudes e decisões absolutamente escandalosas como esta que poderão ler no Correio da Manhã do passado dia 9.

O actual Presidente nem quer ouvir falar dos Arquitectos da Câmara! Muito menos das quotas que lhes devia pagar e não paga. Estamos a falar de 1% do Ordenado dos Arquitectos camarários – uma ninharia.

Ele não quer ouvir falar do pagamento da exclusividade que é devida aos Arquitectos, chamando-lhe incompatibilidade para fugir ao seu pagamento – outra ninharia.

Nada disto é importante para este Presidente! O importante mesmo é dar 18 milhões em numerário ao Sporting!!!

Eu até simpatizo com o Sporting, mas não vejo muito bem onde é que está a justificação para a autarquia pagar 18 milhões em numerário ao Sporting.

Um dia, ainda gostava que me explicassem como é que as Bombas de gasolina da Av. Padre Cruz foram parar às mãos do Sporting. Como essa deve haver muito mais… alguém nos sabe explicar de forma simples e directa estes negócios?

Enfim… eu não sei nada destes negócios, mas uma coisa é certa: é para este tipo de negócios que vai uma boa parte dos impostos e taxas que todos nós pagamos à Câmara de Lisboa.

E isso… incomoda-me um pouco…

Os Prémios (?) de Arquitectura


Foi com satisfação que li, no Público, a notícia da atribuição de três prémios mundiais (?) de Arquitectura, a projectos localizados na Cidade do Porto, realizados por Arquitectos da Faculdade de Arquitectura Porto.

Porque será que não há prémios destes para a Cidade de Lisboa?

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Quando falamos línguas diferentes


Todos tentamos escrever e falar em português mas por vezes parece que estamos a falar em línguas diferentes.

Um dos meus últimos textos intitulado “O Estado da Câmara Municipal de Lisboa” pretendia ser uma simples crítica à forma como o espaço territorial da Cidade de Lisboa tem vindo a ser governado há décadas.

Ao longo de décadas foram criadas, pelos mais diversos interesses, organismos que gerem vastas áreas da Cidade, que saíram completamente fora do controlo da Câmara Municipal.

Apesar de entender porque é que isto aconteceu e continua a acontecer, eu não estou de acordo! Julgo e acredito que há outras formas de gerir a Cidade.

Mas, ao escrever esta critica, fui imediatamente presenteado pelo comentário de um leitor que começa logo por me ofender:

“Tamanha quantidade de disparates só pode vir de quem desconhece por completo o que a CML faz. Apetece perguntar o que é que este arquitecto faz na CML? Nada. tamanha ignorância demonstra que não deve ir ao serviço à muito ou se vem deve passar o tempo no café em frente.”

Não se entende o porquê de tanta raiva contida. Porquê este ódio? Só porque o Arquitecto que aqui escreve não se reconhece nesta forma de governar a Cidade e a sua forma de pensar incomoda muita gente instalada?

De seguida são feitas uma série de afirmações onde o ilustre visitante explica coisas lindíssimas que até parecem saídas da “Alice no País das Maravilhas”… que bem nos sentimos a pensar que a ilusão é a realidade. Mas, o Arquitecto não vive na ilusão nem no café em frente da Câmara. O Arquitecto vive na realidade e conhece-a há muitos anos.

Na parte final, o nosso ilustre visitante faz uma afirmação deveras interessante:

“Alguns dos Planos (a maioria) foram feitos fora. Porquê? Será que sabem?”

Não sabemos! Será que nos pode explicar? Ficámos deveras curiosos.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Quase quinze dias depois…

Há quase quinze dias que nada escrevo aqui.

Mas, não fiquem preocupados… ainda ninguém me assediou ou ameaçou.

A única coisa que aconteceu, é simples: não somos donos da nossa vida, e por vezes a realidade é dura e dolorosa, e temos mesmo de parar por uns tempos.

Mas, as coisas estão a ficar melhor…

Vamos continuar a escrever e a lutar, para que as coisas também melhorem, para todos os Arquitectos da CML!

Vamos obrigar António Costa e esta Vereação a falar da “situação dos Arquitectos”! A fuga tem sido a sua arma, mas vai haver uma altura em que não haverá fuga possível.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O Estado da Câmara Municipal de Lisboa


Tendo sido hoje aprovada a reestruturação dos Serviços da Câmara de Lisboa é momento para fazermos uma reflexão global sobre o estado desta Instituição.

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A “Parque Expo 98, S.A.” (Estado) administra, em termos urbanísticos e não só, toda a zona do Parque das Nações, futura Freguesia do Oriente.

A “ANA - Aeroportos de Portugal, SA” (estado) administra, em termos urbanísticos e não só, toda a zona do Aeroporto e envolvente.

A “Administração do Porto de Lisboa SA” (estado) administra, em termos urbanísticos e não só, uma grande parte da zona ribeirinha de Lisboa.

A “Frente Tejo SA” (estado) administra, em termos urbanísticos e não só, outra grande parte da frente ribeirinha de Lisboa.

A “SGAL - Sociedade Gestora da Alta de Lisboa, S.A.” (Stanley Ho) administra, em termos urbanísticos e não só, toda a zona da Alta de Lisboa confinante com o Aeroporto.

A “Reitoria da Universidade de Lisboa” (Estado) administra, em termos urbanísticos e não só, toda a área ocupada pela Cidade Universitária e Estádio Universitário. Logo ao lado encontramos o grande quarteirão do Hospital de Stª Maria onde o mesmo Estado faz o quer, e como quer, sem a intervenção ou opinião da Câmara.

A “SIMTEJO” (estado), gere o tratamento de esgotos da Cidade.

A "Gebalis" gere a grande maioria (70) dos bairros sociais da Câmara de Lisboa.

A "EMEL" gere praticamente todo o estacionamento da Cidade.

A EDP já gere parte da iluminação pública da Cidade preparando-se a Câmara para lhe entregar o restante.

A EPAL assegura o abastecimento de água preparando-se a Câmara para lhe entregar a chamada rede de saneamento em baixa.

A "EGEAC" gere grande parte da animação cultural promovida pela Câmara preparando-se para gerir também os Museus e Palácios que ainda estão na posse da Câmara.

Os "Serviços Sociais da CML" vão receber a gestão dos refeitórios, infantários e creches da Câmara.

A manutenção de grande parte dos espaços verdes da Cidade já é realizada pelas Juntas de Freguesia e/ou Empresas privadas.

Muitos dos Planos de Pormenor em execução foram entregues a entidades externas à Câmara.

As responsabilidades da Câmara a nível de Escolas do 1º Ciclo já estão em grande parte entregues às Juntas de Freguesia.

A generalidade do licenciamento urbano, gestão de equipamentos, tratamento de espaço público e espaços verdes vai ser entregue (não para já, mas proximamente) às Juntas de Freguesia através do chamado “urbanismo de proximidade” previsto na reestruturação dos serviços.

As grandes decisões internas da Câmara como a reestruturação hoje aprovada é preparada e decidida por Assessores externos à Câmara muito bem pagos.

A segurança dos edifícios da Câmara, o controle de entradas e os serviços de portaria são assegurados por empresas privadas.

O serviço de limpeza dos edifícios da Câmara é realizado por empresas privadas.

Perante esta situação, é caso para perguntar:

Para que servem e o que fazem ou vão fazer os dez ou onze mil funcionários da Câmara Municipal de Lisboa?

A Boa-Nova


Finalmente, e com um mês de atraso, foi aprovada pela Assembleia Municipal de Lisboa a reestruturação dos Serviços!

Parabéns!

Mas, uma boa notícia nunca vem só... o Sr. Presidente prometeu e assegurou que ninguém vai ser dispensado...ninguém vai parar aos excedentes... ninguém vai parar à mobilidade especial!

Perante tão boas notícias, o Arquitecto da CML já abriu uma garrafa de Espumante. (Já não há dinheiro para Champagne Francês)

Finalmente, vamos passar a trabalhar em Serviços que existem mesmo! Felizmente que vai terminar esta tortura, que tem sido trabalhar num serviço público ilegal e clandestino.

Bem haja Dr. António Costa! Bem hajam senhores Deputados Municipais e Senhores Presidentes de Juntas de Freguesia, por nos trazerem novamente à legalidade.

Os Serviços Sociais da Câmara de Lisboa


Nunca percebi muito bem esta organização chamada “Serviços Sociais da CML”. Sempre considerei haver ali uma estranha sobreposição e confusão com a ADSE.

Não sendo a minha área também nunca me interessei muito pelo assunto.

Quando construíram aquele edifício no Areeiro fiquei mesmo admirado... de onde teria vindo todo aquele dinheiro?

Considerei, na altura, e continuo a considerar, um Edifício exageradamente grande para o fim a que se destina. Mas, quem pode, pode! Mais tarde vim a saber através do meu amigo dos SSCML, que o Edifício tinha sido pago pela CML e era propriedade da Câmara e não dos Serviços Sociais.

Agora li esta notícia no Público e fiquei cá a pensar: Será que estes Serviços Sociais têm futuro?

Pelo que ouvi há bem pouco tempo, a reestruturação dos Serviços que vai ser aprovada hoje (Terça-feira), prevê a entrega dos refeitórios e infantários/creches da CML aos Serviços Sociais. Como é que isto é compatível com o que é dito nesta notícia?

Definitivamente, esta área não é a minha. Não consigo perceber nada desta confusão. Será que o meu amigo dos Serviços Sociais da CML, está disposto a escrever um texto a explicar esta confusão?

Se o fizer, envie-o para o meu e-mail, que eu prometo que publico. Eu imagino que isto deve ser tudo muito claro e transparente, nós é que não percebemos nada do assunto.