terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Quando falamos línguas diferentes


Todos tentamos escrever e falar em português mas por vezes parece que estamos a falar em línguas diferentes.

Um dos meus últimos textos intitulado “O Estado da Câmara Municipal de Lisboa” pretendia ser uma simples crítica à forma como o espaço territorial da Cidade de Lisboa tem vindo a ser governado há décadas.

Ao longo de décadas foram criadas, pelos mais diversos interesses, organismos que gerem vastas áreas da Cidade, que saíram completamente fora do controlo da Câmara Municipal.

Apesar de entender porque é que isto aconteceu e continua a acontecer, eu não estou de acordo! Julgo e acredito que há outras formas de gerir a Cidade.

Mas, ao escrever esta critica, fui imediatamente presenteado pelo comentário de um leitor que começa logo por me ofender:

“Tamanha quantidade de disparates só pode vir de quem desconhece por completo o que a CML faz. Apetece perguntar o que é que este arquitecto faz na CML? Nada. tamanha ignorância demonstra que não deve ir ao serviço à muito ou se vem deve passar o tempo no café em frente.”

Não se entende o porquê de tanta raiva contida. Porquê este ódio? Só porque o Arquitecto que aqui escreve não se reconhece nesta forma de governar a Cidade e a sua forma de pensar incomoda muita gente instalada?

De seguida são feitas uma série de afirmações onde o ilustre visitante explica coisas lindíssimas que até parecem saídas da “Alice no País das Maravilhas”… que bem nos sentimos a pensar que a ilusão é a realidade. Mas, o Arquitecto não vive na ilusão nem no café em frente da Câmara. O Arquitecto vive na realidade e conhece-a há muitos anos.

Na parte final, o nosso ilustre visitante faz uma afirmação deveras interessante:

“Alguns dos Planos (a maioria) foram feitos fora. Porquê? Será que sabem?”

Não sabemos! Será que nos pode explicar? Ficámos deveras curiosos.

7 comentários:

Anónimo disse...

Arquitecto e meu colega:
Sabemos que o Presidente da CML e os seus Assessores, bem como os Vereadores e seu séquito passam muitas vezes por este blog.

E, às vezes, não devem resistir à tentação de o comentar.
Já que assim é, gostava de colocar uma pergunta aos ilustres membros do executivo.
Não sei se o Arquitecto não vem ao serviço ou passa a vida no café da frente.
Mas sei que há anos que não vejo o antigo Director Municipal dos Recursos Humanos, Pedro Cordeiro. Ora, dizem-me que ele está dado ao Departamento Jurídico. Que estranho...Algum colega advogado o tem visto por lá? É que me dizem que não está de licença sem vencimento...
SENHOR PRESIDENTE: POR ONDE ANDA O PEDRO CORDEIRO?
Por onde andam as dezenas de funcionários que todos os meses recebem pontualmente o seu vencimento com base em notas de ocorrências falsas apresentadas pelo respectivo serviço e, no entanto, não põem os pés nos corredores desta Câmara? Não é Vossa Excelência o responsável máximo desta casa?
Então, ponha a CASA EM ORDEM! Foi para isso que foi eleito!

Anónimo disse...

Para que se saiba o Ministério Público sabe muito bem o que se passa no Departamento Jurídico da CML. Já deveria ter existido uma sindicância a esse Departamento, dado os factos noticiados pela imprernsa. Até parece que existe uma protecção através de uma impunidade mal disfarçada em relação aos membros da corporação ligados ao Direito.
Há sinais que existe uma investigação em curso, ver em:

//www.smmp.pt/?p=2172

existe outros sinais que aqui não podem ser revelados e que confirmam tal facto.

Anónimo disse...

Relativamente à tão falada exclusividade parece que essa obrigatoriedade só se aplica aos arquitectos e outros técnicos superiores. É por mais demais conhecida a situação de administrativos, motoristas, e outros técnicos que acumulam funções noutros locais e alguns até com conhecimento das chefias, sem que exista qualquer investigação ou chamada de atenção.
É um fartote. Ou bem que há moral...
Um grupo de colegas está a recolher informações com listagens de funcionários da CML que acumulam com outras actividades.
Essa situação vai ser divulgada publicamente e veremos a reacção dos moralistas....

Anónimo disse...

Não resisto a escrever um comentário, o primeiro e porventura o último que aqui vos deixo. Registo o estado de alma perante o comentário que motivou este post, o sentimento de ofensa, a inquietação pela raiva contida e o ódio que lhe dirigiram. E no entanto recordo que neste mesmo blogue fui em tempos alvo de um ataque ad-hominem carregado de presunção de culpa e má-fé, com insinuações de corrupção estapafúrdias, apenas porque uma minha opinião ou apreciação sobre um determinado projecto de arquitectura era contrária à sua. Julgo que pouco importa que a minha dissertação fosse mais ou menos feliz – também tenho dois dedos de testa e por vezes ao reler coisas passadas penso que talvez as escrevesse hoje de outra maneira – porque o que fica é exactamente a dúvida sobre o motivo que lhe gerou um sentimento de legitimidade para ofender e exprimir raiva e ódio acerca de alguém que não conhece.
Enfim, parece que por vezes a bitola com que julgamos o que os outros nos dizem não é a mesma com que julgamos o que dizemos sobre os outros. Espero que estas palavras sirvam para alguma coisa.
Respeitosamente,
um arquitecto devidamente identificado.

"O Arquitecto" disse...

Caro Anónimo,
percebo a sua intenção, mas não me recordo da tal situação em que lhe fiz o tal ataque ad-hominem.
Agora deixou-me curioso... pode dar-me um pista?

E por último não deixe de nos visitar e participar porque a nossa verdadeira causa é a dignificação dos Arquitectos camarários.

Anónimo disse...

Não se preocupe, é coisa antiga, já passou de prazo.
Cumprimentos,
arq. das @23:01

Fernando disse...

Não desdenhes das críticas, e até das ameaças, é bom levar porrada.

E sabemos bem a diferença entre o pensamento e a acção.