O Auto-retrato do Galego

Considerando que todos os colaboradores assíduos deste blog, têm imagem publicada;

Considerando também que existem diversas pessoas interessadas em me conhecer e sendo eu um homem com rosto;

Aqui deixo o meu auto-retrato

Auto-retrato

Sou meio aldrabão e meio canastrão
Arquitecto sonhador de profissão
Ingénuo e chato que nem um sapato
Flutuo entre o certo e o incerto
Não sou da banda de cá nem da outra margem
Lanço-me ao mar de corpo e alma
E nado para desbravar o além
Deixo as amarras na terra do lado de dentro da vida,
Tenho uma eira do meu tamanho
Com um riacho no meio, onde me deito
Balanço na espuma do pensamento
As raízes de onde vim
Tenho um bigode inventado
Bem no meio do mau feitio
Bebo tinto e jeropiga
Escondo a cabeça na boina
À espera que me descubram
Mas não entro no fundo dos labirintos
Vivo à superfície ao sabor dos lamentos
E sonho com o mar e o infinito
Quero sempre começar sem nunca chegar ao fim