quinta-feira, 9 de julho de 2009

O Estoril-Sol

Hoje, por motivos que não interessam, tive que me deslocar a Cascais.
Optei, para respirar um pouco melhor, fazer o percurso pela Marginal – tinha tempo e não pagava portagem.
Ali, para os lados do Monte Estoril, deparei-me com a construção, em curso, do edifício habitacional que vai substituir o antigo Estoril-Sol.
Á volta até tirei umas fotos!





É impressionante!
O Estoril-Sol tinha muito impacto visual – era dissonante da paisagem! Estou totalmente de acordo! Diria mesmo...não posso estar mais de acordo!




Aquilo que estão a construir neste momento não é dissonante nem tem impacto nenhum! Não é preciso ser Arquitecto para ver...qualquer analfabeto percebe logo!






Chegado a casa, fiz umas pesquisas e encontrei este espectacular (e triste) texto de um colega, Arquitecto camarário, que me atrevo a transcrever.

"O recente projecto em curso de Gonçalo Byrne para o Estoril-Sol é possivelmente a obra mais [im]pertinente realizada em território nacional nos últimos vinte anos - ou desde que o mais odiado arquitecto português teve a ousadia de trazer o pós-modernismo americano até ao skyline da cidade de Lisboa.Num país arquitectonicamente conservador não deixa de ser irónico que tal proposta provenha das mãos de um mestre com mais de sessenta anos e um historial de obras de reconhecido discernimento urbanístico. Um edifício que é antes de mais um gesto de coragem arquitectónica – e a que estranhamente nem mesmo alguns arquitectos têm demonstrado a superficialidade de confundir o discurso de arquitectura da elaboração promocional do Estoril-Sol Residence; cujo filme mereceria uma tese de sociologia mas que, no que à arquitectura diz respeito, é irrelevante.O projecto de arquitectura do novo Estoril-Sol é um trabalho de interpretação de um problema territorial complexo. Da resolução da cicatriz topográfica deixada pelo anterior edifício, de presença bloqueadora na boca do vale, e da tensão de relações entre os impactes negativos da via-rápida e o potencial de vivência da frente de mar. Os pressupostos de larga escala reflectem-se numa intervenção que assume o contexto geográfico, fazendo prioridade dos aspectos de comunicação visual e interfaces de transição, plataformas paisagísticas que desenham uma nova topografia, vivida e habitada. O edifício em blocos múltiplos rompe os constrangimentos físicos para assumir essa dimensão de "geografia viva", resultando no que o próprio Byrne não resistiu chamar provocatoriamente de escultura urbana."

Já por várias vezes disse, neste Blog, que já não tenho lágrimas! Elas eram salgadas!

Perante a eloquência, sapiência, sabedoria , inteligência, visão e intelectualidade de colegas camarários destes,...que podemos nós fazer? Digam-me!

Ninguém me responde? Porquê?

Numerobis! Galego! Por favor ajudem-me...

Nota: O Colega que escreveu aquele texto chama-se Daniel Carrapa, é arquitecto(?) formado na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa em 1996. Tem obra construída a título de co-autoria (com quem?) em Angra do Heroísmo, SãoMiguel, Palmela, Loures e Sintra. Actualmente (2007) exerce as funções de Técnico Superior na Câmara Municipal de Montemor-o-Novo onde se dedica (?) às áreas de projecto e planeamento urbano. É autor do blogue A Barriga De Um Arquitecto que mantém desde Dezembro de 2003 em abarrigadeumarquitecto.blogspot.com.

Nota da nota: O dito Arquitecto é técnico Superior na Câmara Municipal de Montemor-o-Novo (no Velho trabalhei eu!) com "dedicação" a tantas actividades e faz projectos em co-autoria para aqui e para ali? É melhor chamar já a Maria José Morgado...e a sindicância.

Nota da nota da nota: O referido Blog é bilingue tal como o JA. Eu gostei muito! Fica muito bem! Vou passar a acompanhar...Peço a todos os colaboradores Arquitectos deste Blog que passem a estar atentos àquele Blog...é instrutivo e melhora a vossa "performance" ou diria mesmo: "a vossa "skyline" vai subir exponencialmente".

5 comentários:

Anónimo disse...

Concordo com o "Arquitecto" é um texto triste para não se dizer mais...Montemor-o-Novo que se cuide.
Tanta verborreia num arquitecto tão novo e no entanto esquece-se do essencial, mas também o que seria de esperar duma pessoa cujo nome que escolheu para o seu blog é "Barriga de um arquitecto"? Penso que o nome diz tudo sobre a personagem.

Infelizmente há muitos da mesma "escola", vejam as aberracções que se vendem por aí, como obras de autor.

Anónimo disse...

Sobre o blogue da barriga do arquitecto, percebe-se claramente que essa barriga é de extrema importância para a obtenção do resultado do que por lá se escreve: depois de passar pelo intestino delgado e pelo intestino grosso, podemos realmente dizer que tudo aquilo produzido pela barriga do arquitecto, é, realmente…”escultura urbana”! E da melhor (que eu não classificaria de “pós-moderna”, mas sim, “pós-rectal”).

O problema das barrigas dos arquitectos, é que elas são cada vez mais numerosas, maiores, produtivas e, inevitalmente, “pós-rectais”. A disseminação de arquitectos por este país faz-nos correr o sério risco de algum dia podermos vir a ter um primeiro-ministro arquitecto ou, pior ainda…um presidente do Benfica arquitecto! Não…seria mau demais para ser verdade!

Com tanta espécie inocente a entrar em extinção neste planeta, porque não entram os arquitectos (e juntamente com eles, os juristas, os economistas e os comentadores políticos)? Chama-se a isto, “higiene” – e o planeta agradeceria.

José Santa Clara disse...

Como novo visitante deste blogue, os meus parabéns! Mas venho a este post comentar que, dada a qualidade da investigação feita, sugiro uma um pouco mais aprofundada para apreciar a "mestria" do GB na compartimentação dos apartamentos...

Numerobis disse...

Quando eu era criança, lembro-me de ver a maqueta do Estoril-Sol e de ir acompanhando a construção, e de ouvir os mais velhos dizer que aquilo era um atentado à paisagem...
Mas, de alguma forma, habituámo-nos á sua presença, com aquela magnífica pála de entrada.
O argumento do desenquadramento foi agora utilizado, como se pode já verificar, para a substituição por outra peça magnificamente enquadrada naquela encosta...
E aquilo não se pode transladar para Montemor-O-Novo?

O Galego disse...

Eu já mandei fazer uns porta chaves com os "L" idênticos aos da Torre de Belém para mandar para a Galiza. É que são muitos giros e não rompem os bolsos das calças.