quinta-feira, 18 de junho de 2009

O Jardineiro (A história da crise)


INTRODUÇÃO

Hesitei bastante antes de publicar esta história… Por ser um pouco grotesca e rude.
Mas vejo que está cada vez mais actual e se aplica aos nossos políticos, quer Camarários, quer do Governo, quer mesmo da Ordem dos Arquitectos.

Eles entram nos gabinetes triunfantes e começam a disparar em todas as direcções:
São os maiores! Se a lei não permite fazer o que tem em mente…Altera-se a Lei!
Eles mudam os sistemas informáticos por outros iguais mas que são dos amigos financiadores dos partidos… Está combinada a adjudicação!

É o GPLO depois veio o GESTURBE e a seguir vem PORTAL AUTARQUICO!

Eles mandam parar obras, concursos e adjudicações só para virar as agulhas para os amigos! Pagam indemnizações e fica tudo resolvido!

A Napoleão mandou embargar duas obras, lá para os lados do mercado de Benfica, cujos lotes foram vendidos pela própria Câmara e abrangidos por loteamento aprovado e os quais são atravessadas por um canal de uma ribeira.
Quando for para pagar a indemnização aos construtores gostava de saber se lhe vão pedir responsabilidades a ela? Ou será o erário Público (nós) que temos de pagar estas atitudes irresponsáveis!

E o concurso do Prolongamento da Av. dos Estados Unidos? Ganho pela empresa do Fontão de Carvalho… a Alves Ribeiro claro! Quem havia de ser?
E a história do túnel do Marquês?
E agora a do Terreiro do Paço?
E a da Matinha?
E a EPUL e o Hospital da Luz? (até alteraram o PDM!)

Cala-te boca…Bem, mas vamos à história antes que solte a língua e...a introdução já vai longa.

A HISTÓRIA

Antes de desempenhar as funções de Arquitecto na Câmara, entrei como jardineiro, estratégia usual na época para se entrar nesta casa.
Trabalhava comigo um camarada de Unhais da Serra, que não tinha modos nem educação.

Na cantina, quando a conversa não lhe interessava, alçava a nádega e PUM! Os companheiros irritados pegavam nos tabuleiros e saíam da mesa e diziam-lhe em surdina:
- És um porco! Um Bandalho!

Quando chegava à cantina e não tinha lugar começava a avisar.
– Eu não gosto de refeições frias! Não há lugares…? Eu já vos conto como é!

E em redor das mesas começava uma sinfonia de sons a acompanhar o compasso do andamento PUM! TRRUM! TUM TUM!

Oh! Abre!... Era ver alguns dos companheiros a largar os tabuleiros e desertar porta fora! Não se pode comer em paz e aos berros vomitavam uma catrefada de nomes ao Unhais. - Ordinário!... Porcalhão!... Não tens vergonha na cara!
E os lugares apareciam… como por milagre!
Outros com maior estômago lá conseguiam aguentar e continuar a refeição como se nada acontecesse.

Quem não gostava da brincadeira eram as empregadas da cantina que tinham que retirar os tabuleiros das mesas.
– Os tabuleiros são para arrumar! Gritavam elas, desesperadas.

Uma vez a coisa até tem graça, mas este comportamento repetia-se sempre que se verificavam as condições, o que passou a ser um problema. Até já tinha sido nomeada uma comissão de utentes para dar solução ao problema.

Um dia, numa manhã fria, até o trabalho ajudava a aquecer, estava o Unhais a cavar com outro parceiro ao lado, tudo certo cadenciado…Cavadela ao lado de cavadela…E de repente… Fruto de uma feijoada na noite anterior, uma vontade forte de largar uma das suas bombas!

Olhou para o parceiro e pensou: - Vais cair para o lado! Vais morrer de susto…Vais pensar que rebentou a terceira guerra mundial… E com a enxada no ar iniciou o movimento…E é agora! ………………..POFFFF………………...
Um fiasco! Comparando com as expectativas!
Saiu-lhe o tiro pela culatra…

Sentiu as pernas quentes e molhadas e algo estranho nas galochas. Tentou levantar a perna e CHOC…CHOC…
- Olá, este tem acompanhamento!

As calças estavam coladas às pernas.
O colega apercebendo-se da situação alertou o resto da turma que se juntou para gozar o prato.
- Esqueceste-te das fraldas?
- Estás roto?
- Vai à mãezinha que te lave o traseiro com água das malvas!
- Cheiras a Chanel 5!
E metendo o rabinho entre as pernas, calado que nem um rato, lá foi o Unhais a caminho de casa, que por acaso ficava bem perto do local de trabalho.

- Ó homem! O que te aconteceu? Cuidado não pises o chão que está encerado!
- Cala-te mulher! Não me digas nada!

E lá foi enfiar-se vestido e calçado dentro da banheira, deixando um rasto nauseabundo pelo caminho e pelo corredor da casa.

O Unhais mudou de emprego e de casa para nunca mais ser visto pelos colegas.

MORAL DA HISTÓRIA

Ora digam lá se não acontece o mesmo com os nossos queridos políticos?

Fazem a borrada e depois desaparecem e ficamos nós enterrados até ao pescoço para sair dela.

Olhem o Sócrates! Arrogante e prepotente era o maior …Agora parece um cordeirinho a preparar-se para as eleições.

E o pior é que ficam sempre sem castigo, vão para gerentes de qualquer coisa e fazem como Dias Loureiro, Constâncio, Oliveira e Costa, Rendeiro, Armando Vara, Cadilhe, etc.…E sugam-nos até ao tutano.

Vejam a Ordem dos Arquitectos! Alguém sabe das "borradas" que a Helena Roseta e o Paulo Pais andaram a fazer por lá? Já apresentaram as contas? Não! Já estão noutra! (Já mudaram de casa). Ela já é Vereadora e nas próximas...ele também será (por enquanto vai sendo só Director)! Querem apostar?

Quem vai pagar (está a pagar) estas borradas da Ordem? Somos todos nós que ganhamos aquilo que todos sabemos e nem trabalhar podemos.

É a CRISE meus amigos!

É a CRISE!

5 comentários:

Numerobis disse...

Alfamix diria:

"Stercus motum vehementius foetet"
Quanto mais mexes na merda, pior ela cheira...

Anónimo disse...

Peço desculpa mas não me contive a ler esta história.
Foram só umas pinguinhas!
Agora tenho que ir mudar de cuecas
Continuem!

Anónimo disse...

Esta história não é bonita, mas é uma excelente caricatura do ser humano, e é de certeza verdadeira.
Pelo menos conheço várias pessoas e empresas que utilizam estratagemas do género...

"O Arquitecto" disse...

A Matinha?
Explica lá o que se passa com a Matinha!
Será que o Salgado está envolvido nisso? Não acredito!

"O Arquitecto" disse...

Galego, não fales mais da Napoleão!
Parece que ela se está a preparar para voltar!
Eu já estou cheio de medo...