Olho para trás e vejo que já conheci muitos presidentes nesta Câmara Municipal de Lisboa!
E é da recordação, que tenho de cada um, que vos quero falar.
De alguns, nem da cara me lembro, João Lopes da Conceição, Lino Góis Ferreira, outros marcaram-me mais, por um ou outro motivo.
Também conheci alguns, de outras Câmaras, que me telefonavam para o atelier e respeitavam o meu trabalho, mas esses não cabem nesta história.
Há ainda centenas de Directores Municipais, de Departamento e Chefes de Divisão, Repartição e Secção que me passaram pelas mãos!
E não é, que todos se foram embora e eu continuo de pedra e cal, a dar cabo da cabeça!
- Um dia, o GALEGO ainda vai ser nomeado PRESIDENTE DA PACIÊNCIA!
Voltando ao meu propósito, contar o que me lembro dos presidentes:
França Borges – Para além da rua miserável, com seu nome, nas Galinheiras e do cabaz que dava aos funcionários no Natal, só me lembro de uma garrafa de Vinho do Porto, forrada em palhinha, que guardo na minha garrafeira. E que vinha dentro do cabaz de Natal. Nesse cabaz vinha também uma camisola verde escura larguíssima e uns calções cinzentos nos quais eu me enfiava todo numa das pernas.
Santos e Castro – Pôs-me fora do elevador. Homem de fraca figura, que não admitia que alguém viajasse com ele no elevador. Na Rua Alexandre Herculano mandou instalar um elevador só para ele. Era o homem dos Viadutos!
António Silva Sebastião – Levou com o 25 de Abril e foi corrido, mas eu simpatizava com ele, não me perguntem porquê? Porque não sei!
Caldeira Rodrigues – O nosso colega arquitecto, bom rapaz. As operações urbanísticas naquele tempo chamavam-se SAAL agora são Salgadas muito Salgadas.
Aquilino Ribeiro – O distraído, ia a caminho de Sintra em representação da Câmara, perdeu-se no caminho e telefona de Mafra a perguntar pelo caminho para Sintra! Tinha o GPS da cabeça avariado.
Nuno Abecassis – Adormecia nas reuniões, nos congressos e demais eventos.
Um dia num discurso, de uma acção de formação, da qual fiz os convites, começou a chorar sobre o desenho porque tinha uma cruz e lembrou-se de Cristo!
Atura-se cada um!
Jorge Sampaio – O cenourinha, a puxar para o Sporting, deixou-se levar por uns quantos conselheiros lá do partido, que tomaram conta da Câmara, eram só rasteiras…Luís Simões, Fonseca Ferreira, etc. O que ele quis foi abrir o caminho para a Presidência da República.
João Soares – Eu assisti à encenação do João Soares, para as televisões, quando do incêndio dos Paços do Concelho.
-Vão filmar! Atenção! Acção!
Abria-se a porta do gabinete, a câmara de filmar estava no corredor, junto ás escadas, e lá vinha o guerreiro, com as mangas da camisa arregaçadas, com o capacete na cabeça e com uma série de adjuntos atrás, também com o capacete e com aquele ar de palermas a fazerem-se à fotografia!
Chegaram-se junto da câmara de filmar e todos paravam. Começava a entrevista!
- Sr. Presidente pode-nos fazer o ponto da situação?
Será que o homem terá posto o fogo, só para aparecer na televisão?
Parecia um Steve Mcqcueen em a "Torre do Inferno"
Muito cultural… era cultura do croquete e do pastel de bacalhau… como dizia a sua própria vereadora da cultura.
Santana Lopes – O despacho era sempre igual "cumpra-se de acordo com a lei" e depois eram as enxurradas de telefonemas a porem os chefes em sentido, têm que pagar ao meu amigo e já! Quem manda sou eu!
Puxava do cartão dourado da Câmara e bebia "Barca Velha" com os amigos. Ainda falam dos outros! Tiveram bom mestre!
Dizia um colega nosso, arquitecto estagiário, com quem eu me encontrei por acaso no mesmo restaurante naquele dia…" - Aquelas três garrafas são mais caras que o meu ordenado de um mês".
Carmona Rodrigues - Era o tal, grande amigo, - "Caro Doutor dê cá um abraço! …Você é o meu Director!" Mas na véspera já tinha assinado a destituição do cargo.
Aquele abraço até parecia o beijo de Judas.
António Costa - Vem aí a Campanha eleitoral e não consigo ver obra deste presidente!
Lembro-me quando concorreu para a Câmara de Loures, fez uma corrida entre um burro e um Ferrari. Agora o dinheiro não dá nem para a gasolina quanto mais para o Ferrari e os burros são os técnicos, que só têm direito à palha.
É este acto de perseguição, aos Técnicos desta Câmara, o único que não me sai da cabeça! É isto o Socialismo? Eu chamo a este regime SOCRETINOS!
O socialismo deste homem é miséria para todos. Esta teoria não vem nos compêndios!
Oh! Sr. Presidente, não é a trabalhar que se enriquece, é a roubar, como fazem a maior parte dos políticos deste país. Conhece algum Técnico rico na Câmara? O Galego não conhece!
Os técnicos da Câmara têm direito a ir para casa ver Telenovelas!
Podem ser honestos, trabalhar arduamente, terem famílias para sustentar, mas trabalhar não!
Até parece um moralista, mas depois nomeia para Vereador do Urbanismo o dono de um dos maiores gabinetes de projectos!
Que moral tem esta gente?
E o Galego sou eu!
A frente ribeirinha vai dar pano para mangas ou como quem diz, projectos a dar com um pau! E onde vão parar todos? Digam lá! … Adivinharam.
CONCURSO PÚBLICO… Claro!
(É só seguir o rasto do projecto do Terreiro do Paço e do Plano da Matinha)
Eu vou fazer-lhes um manguito nestas eleições que se avizinham!
Por mim, que sempre trabalhei 15 horas por dia, sai-lhes o tiro pela culatra, o fim da acumulação de funções, liberta-me para lhe enviar estes recadinhos!
E lembrar-me que este fulano já foi meu vizinho!
Será que ainda falta muito, para o ver o Costa pelas costas?
3 comentários:
Caro Galego, pode ser que ainda lhe venham a calhar uma garrafitas de Barca Velha, com sabor a sumo de laranjinha azeda...
Nem de propósito. O assalto a Lisboa, tem-se feito de muitas maneiras, mas os nomes Costa e Salgado, estão mesmo a calhar para as aberracções preparadas para a Zona Ribeirinha de Lisboa. Tudo com ar muito sério, muito técnico e muito legal, veja-se até têem planos de pormenor...
Nunca a CML teve tanto a manida dos procedimentos e da pseudo-legalidade, mas o código do CPA, entre outros como a própria ética (e Bom Senso) é todos os dias violado pelos Salgadinhos de serviço.
Ó Galego,
nunca pensei que fosses tão antigo.
Afinal, tu deves ser daqueles galegos que fugiram à guerra civil de Espanha.
Esses nomes todos foram mesmo Presidentes, ou estás a inventar?
Parabéns pelo texto! Espero, como o Numerobis, que o sumo de laranjinha não venha azedo...ou seja, do tempo da invasão napoleónica! Já chegou uma vez...
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