quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Funcionário Municipal / Funcionário de Empresa Municipal

Quem tem lido alguns textos que aqui tenho escrito – Quintas e Oásis de Lisboa e seguintes - pode pensar que eu sou contra a existência de Sociedades de Direito Privado criadas por fundos públicos (do Poder Central e Municipal).
Não é bem assim!

Eu até compreendo (ou julgo compreender) a existência deste tipo de empresas. O que eu já tenho alguma dificuldade em compreender é porque é que se mantêm serviços públicos paralelos cheios de funcionários desmotivados e sem trabalho.

Há algum tempo atrás um nosso colega, da CML, que passava os dias, não a jogar às cartas, mas a fazer os seus estudos e pesquisas literárias, foi convidado, por um amigo, para assumir um cargo numa Empresa Municipal. Pensou, reflectiu e aceitou o desafio!
Passados uns meses fomos almoçar juntos e disse-me: "Meu caro, nunca trabalhei tanto na minha vida! Ainda bem que aceitei este lugar!"

Claro está, que o seu vencimento é mais do dobro do que aquilo que ganhava como funcionário da CML!

Esta é a verdade! A CML não valoriza os funcionários que tem!

Os dirigentes camarários não sabem como fazer a não ser a fuga para a frente, criando empresas municipais. Desta forma, conseguem contratar quem querem, colocar quem querem, viabilizar projectos e obras sem concurso ou com concursos à medida, enfim...pagarem vencimentos totalmente diferentes dos previstos e obrigatórios na função pública.

Mas o problema mantêm-se: o que fazer com as centenas ou milhares de funcionários mal pagos que estão atolados em burocracia e sem trabalho útil ou necessário?

Está a tornar-se urgente uma clarificação nesta relação de forças. Funcionário Municipal/Funcionário de Empresa Municipal. Não só a nível de vencimentos mas também a outros níveis como por exemplo as incompatibilidades a que estamos sujeitos como Funcionários Municipais.

2 comentários:

Anónimo disse...

Será que a única forma de alterar esta situação actual de bloqueio é obrigar o sistema a parar fazendo uma greve de zelo?

Anónimo disse...

Trabalho numa empresa municipal e de facto concordo com o EXCESSO de trabalho, que deveria de ser repartido com os serviços da Câmara que estão mais disponíveis. A criação destas empresas municipais são um meio de OBRIGAREM os seus funcionários a trabalharem muuiittooo mais de 12 horas seguidas, todos os dias (como é o meu caso). Se estivesse na função pública não ocorreriam estes abusos. E quanto à remuneração é um engano. É bem remunerado sim, quem pertence a cargos dirigentes, porque os restantes recebem abaixo das suas funções, habilitações académicas e experiência profissional. Recebo como um técnico estagiário sendo licenciada e com experiência profissional de muitos anos. A realidade é esta. Obviamente que reclamar é depois muito complicado, sofre-se retaliações. Não há a protecção como aos funcionários públicos. Mais uma vez se estivessemos na administração pública seria mais fácil de denunciar estas situações. Basicamente, não há respeito pelos funcionários, nem como seres humanos.