quinta-feira, 27 de agosto de 2009

É feio mas dá muito jeito!

Esta notícia é interessante!

Existem pessoas neste país que não gostam nem suportam o facto de uma parte significativa da população fazer questão em desfigurar o espaço público e a paisagem urbana numa total impunidade! E eu sou uma dessas pessoas!
Ao longo de vários anos tenho falado nesta questão a pessoas que tinham e têm a responsabilidade de intervir...que fizeram? NADA! Assobiaram para o lado e continuou tudo na mesma.
Já se chegou ao cúmulo de um Director da Gestão Urbanística de Lisboa (Jurista) afirmar e escrever que estas situações (marquises, ar condicionado, etc...) eram amovíveis e que por isso a Câmara não devia intervir!
A luta contra a existência destas situações vai contra inúmeros “pequenos” interesses particulares – basta ver os comentários à notícia.
Há umas semanas atrás, falava eu com uma Engenheira da Fiscalização, sobre esta questão das marquises. Ao manifestar a minha opinião...não consegui terminar...a dita Engenheira tinha uma destas preciosidades na sua casa e “dava-lhe muito jeito”! Só faltou bater-me! Calei-me e saí rapidamente do local...
Por isso, paciência...viva a impunidade e a ilegalidade! É feio, mas dá muito jeito!

1 comentário:

Carlos Pinto disse...

Meu caro colega ainda vão ser precisos passar mil anos para os poderes públicos locais se decidirem a combater a praga das marquises... há uma na varanda de quase cada um?

Muito menos esperar que um jurista perceba alguma coisa da dimensão estética, ou da falta dela, do problema.

Aliás tenho para mim que um director ou chefe de divisão da gestão urbanística jurista, em Lisboa ou em qualquer outra câmara (a minha é Almada também os temos cá...), é uma aberração do ponto de vista da qualidade da própria gestão urbanística.

Mas esta actual tendência de meter juristas em todo o lado tem as ver com duas coisas, na minha modesta opinião.

Primeiro a enchente de juristas que nos últimos anos têm vindo a ser eleitos nas autarquias e a tendência corporativa para proteger a classe.

Depois é a tendência para confundir gestão do território com gestão de processos administrativos.

E esta é uma confusão perigosa para a qualidade da gestão urbanística. Aos juristas o que importa é o formalismo dos procedimentos administrativos e não a qualidade do urbanismo que se vai fazendo, até porque não têm formação técnica para a avaliar.

Se uma das competências das chefias, segundo o estatuto dos dirigentes, é VERIFICAR A QUALIDADE DAS INFORMAÇÕES dos técnicos (arquitectos e engenheiros) como é possível que um jurista tenha condições objectivas para garantir essa verificação se nada sabe de urbanismo, arquitectura ou engenharia?

O que diria a Ordem do Advogados se, num momento de loucura, um arquitecto fosse nomeado para director do departamento jurídico...

Já a Ordem dos Arquitectos nada diz sobre a inversa...

Mas isto é responsabilidade de quem escolhe as chefias e sua ignorância sobre o que é a gestão urbanística. Porque a gestão urbanística é muito mais complexa e ampla que o direito administrativo do urbanismo.

Mas isso os eleitos e os seus juristas não conseguem ou não querem entender.

Portanto vamos continuar com as marquises, porque são amovíveis (que disparate!) e dão jeito...