Perante esta notícia do Jornal I, percebemos que António Costa já tem desculpa para o descalabro económico e financeiro para onde a Câmara de Lisboa caminha alegremente.
A ser verdade, a CML vai ter de indemnizar um cidadão (Coronel Romão) em 119 milhões de euros, mais juros, devido ao uso inapropriado de terrenos na Alta de Lisboa.
Ao ler-se esta notícia, dá para perceber o caos que tem sido a governação desta Câmara após os mandatos do Engº Abecassis (e, eventualmente, durante o seu último mandato).
A culpa não será só de António Costa. Todos os seus antecessores têm culpas...e grandes. Os maus negócios e o desrespeito pela propriedade privada e pelos legítimos direitos dos cidadãos e dos funcionários, tem sido o apanágio das últimas gestões camarárias.
Não vou enumerar factos, mas basta vermos o que se passou com o Colombo, com a Feira Popular, o Parque Mayer e muitos outros casos para percebermos que a anarquia e o caos, travestido de democracia, tem sido a forma de governação da Câmara de Lisboa nos últimos vinte anos.
Hoje, não tinha intenção de escrever. Mas, perante esta notícia que nos coloca perante mais uma despesa inesperada de 119 milhões, preparem-se... António Costa vai ter que inventar mais umas “taxasitas” para conseguir ultrapassar esta adversidade... da qual não tem culpa... a culpa é, mais uma vez, de José Osvaldo Gomes! Conhecem?
2 comentários:
A questão fundamental nem é essa, a da responsabilidade do António Costa e seus antecessores. A responsabilidade, do ponto de vista assertivo, é mesmo só do António Costa. Explica-se porquê. Algures no início deste ano de 2010, o Executivo de Costa confrontou-se com a seguinte informação: uma decisão do Supremo preparava-se para condenar a CML ao pagamento de uma indemnização de mais de 100 milhões de euros ao Coronel Romão. Costa inquiriu a directora do Departamento Jurídico, Paula Pires Coelho, sobre o andamento do processo e porque o Depto. Jurídico não tinha apresentado qualquer defesa em tempo. A resposta veio lapidar: "que a indemnização não devia ultrapassar um milhão de euros, o que, dada a natureza dos factos, seria um valor muito favorável". Poucas semanas depois consumou-se: 109 milhões de euros!
O que importa perguntar:
1. Porque se mantém a Dra. Paula Pires Coelho em funções?
2. Porque teve esta senhora cobertura de todos os presidentes (Soares, Santana, Carmona, Costa) apesar da sua manifesta incompetência técnica?
3. Porque demonstrou a Dra. Paula Pires Coelho um tal laxismo neste caso que vai delapidar a CML em mais de 100 milhões de euros?
Deixaremos a resposta desenvolver-se no seguinte quadro: o facto de a Dra. Paula Pires Coelho ser uma das 2 herdeiras da Edifer (uma das maiores construtoras de imobiliário na cidade, porventura a maior) e de as imobiliárias serem, como é sabido, a principal fonte de financiamento dos partidos, de todos os partidos.
Caro anónimo: tem toda a razão. E mais: António Costa prepara-se, com esta reestruturação, para dar o golpe final no Departamento Jurídico. Terá, desta forma, o pretexto ideal para a privatização dos serviços de contencioso da CML.
Aliás, triste Departamento. Os melhores valores têm vindo a saír, empurrados pela falta de reconhecimento do seu mérito profissional e pela indignação face ao compadrio reinante.
O que mantém a dita senhora à frente deste serviço não preciso de o dizer: o colega descreveu-o na perfeição!
Enviar um comentário