Nasci numa família pequeno burguesa, humilde e católica e como tal fui educado segundo as regras da época.
Na Igreja ensinaram-me a ser humilde e verdadeiro. E eu acreditei que era isso que estava certo.
Durante a minha adolescência houve uma revolução no meu país. Nessa altura disseram-me que tinha chegado a liberdade. Até aí o país tinha vivido uma longa noite de ditadura e opressão. Eu nunca tinha dada por isso, era muito novo, mas, acreditei que isso era verdade.
Agora vivia num país livre e democrático. Já se podia falar e emitir opinião de forma livre. A repressão e a limitação à liberdade de expressão e opinião tinham terminado. E eu acreditei que isso era verdade.
Nos últimos anos do Liceu tive a felicidade de encontrar um conjunto de professores que me ensinaram que a Liberdade era um direito inalienável, a liberdade de expressão e opinião eram valores absolutos e de forma definitiva tinha terminado o delito de opinião. E eu acreditei que isso era verdade.
Esses professores ensinaram-me que o espírito crítico era um valor fundamental para a evolução da sociedade. Sem espírito crítico não havia crescimento e desenvolvimento. E eu acreditei que isso era verdade.
Foi nessa altura que o meu professor de Geometria Descritiva (era Arquitecto) me mostrou como era interessante a profissão de Arquitecto. E eu acreditei que isso era verdade.
Passados todos estes anos e olhando para este País, para esta Câmara, para esta Ordem dos Arquitectos, constato que afinal andaram sempre a enganar-me. Tantos anos a acreditar e afinal… era tudo mentira!
Por vezes chego a interrogar-me se só eu é que acreditei nestas patranhas. Será que todos os outros não andaram nas mesmas escolas que eu? Liberdade de expressão e opinião? Espírito crítico? Arquitectura? Pois.. pois…será que deixei de ser ingénuo…?
quarta-feira, 15 de abril de 2009
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