terça-feira, 19 de outubro de 2010

Hoje não há tema para escrever!


E, como não há tema, vou-vos contar uma "cena"...

Estava eu a tomar o café do meio da manhã quando uma colega camarária se virou para mim e perguntou:

- O Arquitecto já leu o que o seu colega anda a escrever no Blog?

Não queria acreditar! Não era possível! Quase me engasguei com o café...mas, com alguma calma respondi que não.

- Não! Hoje ainda não li! Porquê? Alguma novidade?

- Não! Nada de novo...só que ele é mesmo louco.

Não estava a perceber nada da conversa.

- O que quer dizer com isso?

- Quero dizer que ele não deve gostar mesmo nada daquilo que faz!

- Porque diz isso?

- Porque aquilo que tem escrito demonstra muito bem que só pode estar mesmo a pedir que o ponham a andar.

Eu, continuava incrédulo com aquilo que ouvia. Tinha sido eu a escrever os textos e não me lembrava de nada assim tão grave. Porem-me a andar? Mas, porquê? Faltei às minhas obrigações profissionais? Não fui fiel e solidário em termos profissionais? Faltei à verdade?

Será que não posso ter opinião como cidadão e funcionário da CML?

A conversa continuou com menções à coragem do dito cujo e outras coisas do género.

Mas, fundamentalmente, o que ficou é o facto real do medo que existe na maioria dos funcionários da CML. É esse medo que eu, o "Arquitecto", nunca irei aceitar ou compreender!

Não deveria ser necessário ter coragem para se dizer aquilo que se pensa ou se sente! Mesmo, sendo-se funcionário público.

Esta é a verdadeira vergonha da Democracia em que vivemos! Este é o atestado de fracasso daquilo que aconteceu neste País a 25 de Abril de 1974!

PS: Com este texto verídico a colega vai saber quem é verdadeiramente o "Arquitecto"! Mas não faz mal. O "Arquitecto" está preparado para o que vier aí. E, na Câmara de Lisboa, existem mais de 300 Arquitectos! Não há que ter medo!!! Se um cair...dois se levantarão!

4 comentários:

Anónimo disse...

Medo!!! Acagaçados andam todos os portugueses, e admire-se que isto não se passa apenas na função pública. Estende-se a todos... ou o arquitecto nunca trabalhou num atelier empresa? Ou o arquitecto nunca trabalhou noutro sítio a não ser na CML?
Caro colega, permita-me, porque também pertenço aos infelizes que por mérito tiraram um curso de arquitectura numa faculdade pública, com mérito se esforçam, mas que num país de gente medíocre e com falta de visão, a não ser lucrar com a aldrabice, não consegue perceber porque é que as poucas ofertas de emprego que surgem servem apenas para "arquitectos comerciais". O que é arquitectura comercial? Tudo se vende, mas ninguém é arquitecto comercial, vão gozar com os palhaços.
Colega o medo está no nosso código genético... O que fazer? Criar uma cultura de meritocracia.
Como fazê-lo? Deixar de dar poder a quem não o merece!
Incluindo empresas - gás, electricidade, água, telecomunicações, televisão, etc, etc, etc. Lembremo-nos que até nos bens indispensáveis para podermos "existir aqui" numa cidade, num meio urbano, são obrigações impostas pela necessidade mas quem manda neles? SOMOS NÓS, é isso que temos de mostrar, não são eles que podem ganhar balúrdios com prémios ao final do ano ou do mês porque aldrabaram meio milhão de portugueses. Não ! Não! Nós temos de regulá-los, temos de exigir-lhes competência mérito, melhoria dos serviços e sobretudo serviço público. E não servir-se do público, das pessoas, dos portugueses. O estado e as empresas públicas, de capitais públicos ou de interesse público não servem para esbanjar o erário público (o nosso dinheiro) e pedir contenção, cortes e aumento de obrigações e impostos.
Não ! NÃO!
temos de dizer NÃO!

MF

"O Arquitecto" disse...

Só um pequeno esclarecimento...
Sim! Já trabalhei noutros locais e para outros patrões!
Desde muito novo e há muitos anos.
Porquê a pergunta?

Anónimo disse...

Porque não é apenas na CML que os arquitectos "são profissionais independentes" - mesmo sem contrato, mesmo a recibos verdes... Ou ainda não percebeu isso?

MF

Anónimo disse...

Se na CML existem 300 arquitectos isso por si só já configura uma situação escandalosa. Para quando a dispensa de 250?