Há dias em que sinto a necessidade de me dedicar um pouco à Filosofia e à História. Infelizmente (ou felizmente) não acontece muitas vezes. Mas hoje foi um desses dias.
Nesta área existem dois personagens que me têm interessado e acompanhado ao longo de muitos anos. São eles: Jean Paul Sartre e Raymond Aron!
Nasceram ambos em 1905; foram condiscípulos na Escola Normal Superior da Rua de Ulm; estiveram, até às suas mortes (Sartre em 1980 e Aron em 1983), empenhados em todas as grandes lutas e eventos do século.
Apenas houve duas pequenas diferenças entre ambos:
Sartre esteve, quase sempre, do lado certo, de acordo com o pensamento politicamente correcto da época; Aron esteve, quase sempre, do lado errado, de acordo com esse mesmo pensamento politicamente correcto;
Sartre esteve, quase sempre, do lado certo, de acordo com o pensamento politicamente correcto da época; Aron esteve, quase sempre, do lado errado, de acordo com esse mesmo pensamento politicamente correcto;
Sartre esteve, quase sempre, do lado errado, de acordo com o posterior julgamento da história; Aron esteve, sempre, do lado certo, de acordo com esse mesmo julgamento.
Em plena crise de Maio de 68 e enquanto Sartre apoiava e defendia os estudantes revoltados e os grupúsculos trotskistas, maoistas e anarquistas que tentavam acaudilhar a revolta, Aron escrevia o seguinte:
"Dirijo-me a todos, mas em primeiro lugar aos meus colegas, de todas as correntes de opinião, aos estudantes, tanto aos dirigentes como aos manipulados. Convido todos aqueles que me lerem, e que encontrarem nos meus pontos de vista o eco das suas próprias inquietações, a escreverem-me. Talvez tenha chegado o momento, contra a conjura da lassidão e do terrorismo, de nos reagruparmos, fora de todos os sindicatos, num vasto comité de defesa e de renovação da universidade francesa."
Ressalvando as devidas distâncias e a genialidade do pensamento de Raymond Aron gostaria de adaptar o seu texto, à nossa realidade, desta forma:
"Dirijo-me a todos, mas em primeiro lugar aos meus colegas, de todas as correntes de opinião, aos Arquitectos, tanto aos dirigentes como aos manipulados. Convido todos aqueles que me lerem, e que encontrarem nos meus pontos de vista o eco das suas próprias inquietações, a escreverem-me. Talvez tenha chegado o momento, contra a conjura da lassidão e do terrorismo, de nos reagruparmos, fora de todos os sindicatos, num vasto comité de defesa e de renovação da Câmara Municipal de Lisboa."
Boa noite e bons pensamentos filosóficos...
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