quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Ontem foi...hoje é...


Ontem foi dia de Greve Geral, hoje é dia de eleições na Ordem dos Arquitectos

Nas últimas eleições o total de membros inscritos no Caderno Eleitoral era de 14.512.

Votaram 1.937 – 13,30% e destes, 1.055 votaram na lista vencedora.

Foram umas eleições interessantes e renhidas. Houve contestação e tudo. Não sei mesmo se o acto eleitoral não chegou a ser repetido.

Mas, agora vai ser diferente.

Não sei quem vai ganhar a eleição para os Órgãos Nacionais, mas para os Regionais tenho a certeza que vai ganhar a Lista A por maioria absoluta.

Eu estou a escrever isto, mas não tenho qualquer interesse nestas eleições. Ou melhor, eu não tenho qualquer interesse em qualquer assunto que diga respeito à Ordem dos Arquitectos!

Como Arquitecto, considero este modelo de Ordem uma autêntica aberração no contexto de um regime democrático. Este tipo de organização corporativista não faz qualquer sentido!

Uma organização que limita o exercício profissional de um indivíduo ao pagamento de uma quota mensal ou trimestral, definida pela corporação, para além de todos os outros impostos que já paga, é uma aberração.

Mas, como Arquitecto camarário, a situação piora ainda mais e é ainda mais aberrante. Como Arquitecto camarário, apesar de estar inibido do exercício profissional por conta própria, sou igualmente obrigado a ser membro da Ordem e ao pagamento das respectivas quotas. Uma situação de tal forma injusta e incompreensível, que não dá para perceber, como é que com tanto intelectual e tanto inteligente na Ordem dos Arquitectos, ainda nenhum conseguiu perceber a situação destes profissionais.

Os Arquitectos camarários devido ao facto de estarem inibidos de exercer a profissão, bem como, a posição determinante e fundamental que têm em todo o processo de licenciamento, que exige um esforço extraordinário de isenção e independência, deveriam ser, isso sim, remunerados substancialmente melhor, nomeadamente, através do pagamento do subsídio de exclusividade.
Mas... falemos verdade: esta situação de dependência e fragilidade económica dos Arquitectos camarários dá jeito a muito "boa" gente...

1 comentário:

Ferreira arq disse...

Hoje há eleições na OA - Queremos aguardar três anos para ter novamente a oportunidade de NÃO PAGAR A MAIS 58% de quotas? ___VAMOS VOTAR___


Na Ordem dos Engenheiros pagam 120,00€ de quotas anuais.
Na Ordem dos Médicos pagam 140,00€.
Na OA pagamos 190,00€ porquê?

E temos dívidas! DÍVIDAS!
- a Lista B - candidata ao CDN da OA, propôs-se refazer o controlo de contas.

Quando eu tinha cinco anos, o meu pai ensinou-me a fazer contas de somar.
Aprendi então que 3 + 2 = 5.
Até hoje essa conta para mim continua a dar 5.
Quero com isto dizer que, se disponho de 5, não gasto 3 + 3.

O que está a acontecer neste país é: - anda muito menino a gastar o que pode e o que não pode, sem qualquer ética para respeitar compromissos assumidos, e com isso a arruinar a vida dos que, sabendo fazer contas, não vão receber dos devedores os serviços que prestaram.

Meninos esses que confundem “capacidade máxima de endividamento” com receita para despender! Recorrem à banca, não para promover investimentos que garantidamente se auto sustentam, mas para promover mordomias e outros devaneios que, de garantia, valem tanto como quem os promove.

São estes os que não se limitam a assaltar o mealheiro dos filhos – assaltam o dinheiro e as contas bancárias dos nossos filhos, contas dinheiro que eles ainda não têm!!!

Isto é a dívida pública de Portugal: devemos aquilo que não vamos pagar – vão ter que pagar os nossos filhos, tal o tempo que esse bolo terá que demorar a ser digerido.
Quando se vai pagar… não se sabe.
Sabe-se que devemos muito, e que irá ter que ser pago.
Isto porquê?
Porque admitimos na gestão daquilo que é nosso quem não sabe somar 3 + 2.
Ou se sabe e assume atitudes que provocam a degradação económica tal como tem acontecido… (aqui, teria que continuar em rude calão…)
Gasta-se, e depois se farão as contas; quem vier que feche a porta!
Estamos perante atitudes deliberadas! Propositadas! Conhecidas e assumidas como nefastas!
E acontece porquê?
Porque os “lorpas” que pagam permitem isso.
E os “lorpas” somos todos nós.

Este é o principal motivo da recessão económica do país.
É o admitirmos este tipo de gestão deliberada, desastrosa e intencional, por parte de quem não tem escrúpulos (ou pior: não sabe fazer contas).

E na OA?
Porque pagamos quotas tão elevadas, se isso para uma boa parte dos quase 20 000 arquitectos significa já um encargo quase insuportável, sendo alguns obrigando a cancelar a respectiva inscrição na AO e muitos a ponderar seriamente fazê-lo?
Os colegas, a quem todos permitimos o LICENCIAMENTO em ARQUITECTURA, têm que abdicar da sua profissão?

As contas da AO não são as contas do país, mas o problema é muito semelhante!
Não podemos gastar mais que o necessário e razoável, pois os sócios têm já encargos suficientes para despenderem aqui mais que o aceitável, ou mesmo comportável.

Se os Eng. pagam de quotas 120,00€ anuais, nós pagamos mais 58,3% que eles… não pode ser.
Mesmo que existam argumentos para alguma diferença de valores, não pode ser grande.
É simples:
-não gastar o que não se pode;
-não sobrecarregar quem paga, pois é aí que dói.

É A ABSTENÇÃO dos cultos que permite o repasto aos oportunistas.
Vamos também na OA tentar ser exemplo no país.

VAMOS HOJE VOTAR
na LISTA B para o CDN