Não é meu hábito responder a "comentários" através de "posts", mas há alguns que são óptimos motes para expressar as nossas ideias e opiniões.
Este é um desses casos. Não é o primeiro e esperamos que não seja o último.
A "Silvia" comentou o meu anterior "post" sobre as eleições para a Ordem dos Arquitectos com estas palavras:
"Passo por aqui e só leio queixumes ...
A sua posição perante o acto eleitoral demonstra bem ao nível a que os arquitectos desceram ...
Aproveite a oportunidade e cumpra o seu direito de voto
vote em branco
vote onde quiser
mas vote"
A Silvia passa por aqui e só lê queixumes!
Eu não sei, porque não conheço a Silvia. Mas, deve passar pouco, por cá.
Queixumes?
Não! A Silvia está enganada! Aquilo que lê não são queixumes! Aquilo que lê são os gritos de uma revolta, contidos! Muito contidos... porque a revolta é muito maior que os gritos.
Em relação à minha posição perante o acto eleitoral em curso na Ordem, e o nível a que os Arquitectos desceram, aconselho a colega a ler o texto publicado pelo Colega Manuel Graça Dias na Revista JA 233, página 106!
(Se não teve acesso ao JA 233 pode vê-lo aqui.)
Eu protestei junto da Ordem! O que fez a Silvia?
A Ordem, logo de seguida, colocou Manuel Graça Dias como Director da JA!
Em relação ao nível a que desceram os Arquitectos, estamos conversados!
E a Sílvia termina escrevendo:
"Aproveite a oportunidade e cumpra o seu direito de voto
vote em branco
vote onde quiser
mas vote"
A Silvia passa mesmo pouco por aqui! Se passasse mais vezes já teria percebido que eu não sou propriamente adepto daqueles que me dizem para ir por aqui ou por ali. Eu vou por e para onde me apetece e faço aquilo que julgo dever fazer!
(Se tivesse lido o "Cântico Negro", de José Régio, que aqui publiquei há muito tempo atrás, teria percebido)
Agradeço os seus conselhos, mas fique com eles para si, e deixe-me decidir de forma LIVRE!
Não consigo perceber o que quer dizer quando afirma "Aproveite a oportunidade". Qual oportunidade? Oportunidade de quê? Vote? Porquê e para quê?
Será que não percebe que me é totalmente indiferente quem está na Ordem dos Arquitectos?
Será que não percebe que a Ordem dos Arquitectos não serve para nada aos Arquitectos camarários?
Será que não percebe que a Ordem dos Arquitectos não passa de um imposto profissional?
Será que não percebe que os Arquitectos camarários são a grande força de castração dos Arquitectos da Ordem?
Nós, Arquitectos camarários, estamos inibidos do exercício profissional!
Nós, Arquitectos camarários, somos obrigados a pertencer a uma Ordem que não é a nossa!
Nós, Arquitectos camarários, como entidade fiscalizadora, não podemos pertencer à mesma organização dos fiscalizados!
Será que a Silvia não vê isso? Será que ninguém vê uma realidade tão evidente? Serei só eu?
E por fim, só para terminar, os Direitos não se cumprem! O que se cumpre são os deveres. Os direitos exercem-se!
Percebeu?
2 comentários:
Caro Arquitecto,
Muito obrigada,pela atenção...
Vejo a realidade tal e qual :-)
Tenho a perfeita noção que fui um pouco injusta vivo noutra realidade (precária mas foi a que escolhi),o cântico negro é um dos meus Hinos dá-me força quando assisto às injustiças que ocorrem na nossa sociedade frágil e mal educada :)
Não estava com olhos doces a dizer para votar na lista da mudança LOL
Só lhe sugeri porque acredito que a OA deveria mudar e cumprir o seu papel...
Passo por aqui todos os dias:-)
Gosto e admiro o seu lado combativo.
PERCEBI :-)
Colega Oarq
Embora corrobore o seu grito de revolta, não concordo com a sua predisposição em não votar e desmotivar a que se vote (embora, pelos pontos de exclamação, presuma alguma fina ironia na sua voz, face à ténue situação actual, certamente de mais de 10.000 arquitectos).
Mas nós, arqtºs, não somos juízes dos nossos colegas. Não temos, nem devemos ter, uma classe distinta.
Já nos chegam os “colégios de especialidades” - onde serão certamente criados impedimentos, exclusivos, para os restantes arquitectos, quanto aos “nichos” da actividade, facilmente transformáveis em feudos de alguns, poucos…
É DENTRO da OA que tem que estar a saída para as questões que levanta, realidade efectiva de muitos de nós. Para além disso será a renúncia aos desígnios da nossa profissão.
Perante o desânimo da situação actual , o colega deu-se ao trabalho, ao incómodo (e também o risco), de apresentar uma alternativa a essa atitude de gestão?
NÃO APRESENTOU.
Organizou uma lista onde defendesse o rumo que deve ser dado ao “barco desgovernado”?
NÃO ORGANIZOU.
Mas há quem se tenha dado a esse trabalho e tenha dado a cara por uma ALTERNATIVA, assumindo compromissos de:
-rotura com o despesismo.
-redução dos valores das quotas, onde os arqºs estão sobrecarregados em quase 60% a mais que o valor das quotas que pagam os Engºs!
-motivação de regulação legislativa funcional, metódica e compatibilizada.
-tentativa de reorientação dos destinos da profissão, passando por um Congresso onde sejam concretizadas opções.
-e outros que desconheço…
Louvo o Vº empenho no blog “O Arquitecto da CML e não só…”, sem dúvida uma das mais eficazes atitudes de intervenção para conseguir fazer algo por este país, onde muitos oportunistas e finórios têm um fausto repasto, armados em pseudo gestores de bens públicos, mas que apenas têm levado o país à bancarrota, com um nível de compadrio e corrupção como não há memória.
Assim, face ao acto eleitoral que ocorre, a mais directa atitude para mudar os nossos destinos, sem abandonarmos a profissão, é participando nos actos eleitorais – propondo, ou elegendo.
A ABSTENÇÃO e o IMOBILISMO de cada um de nós têm permitido este estado de pré-falência do país.
Por tudo isto e muito mais, em minha opinião: VOTE.
Se quer uma alternativa ao estado actual da AO: VOTE LISTA B, para o CDN.
Se com o blog não pretendem uma “revolta pelas armas”, a intervenção cívica limite que daqui resulta deve ser exercida nas urnas, no acto eleitoral, abrindo aí os novos caminhos.
È a ABSTENÇÃO dos cultos que permite o repasto dos oportunistas.
VOTE LISTA B, para o CDN.
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