A ILHA DA CIDADE

Era uma vez uma rua igual a muitas ruas... larga, por onde os carros passavam normalmente. Esta rua servia as novas construções habitacionais e um edifício que foi recuperado e onde se instalou o ISLA.
De toda a urbanização esqueceram-se de construir o lote de estacionamento que deveria servir os estudantes e não só. O caos instalou-se na área, com a falta de estacionamentos. Ao fim da
tarde os estudantes e os moradores disputam e inventam lugares para estacionar. E eis que da cartola sai a solução!

A construção de uma ilha bem no meio da rua.
As pessoas que por ali moram, ficaram incrédulos! Porquê e para quê? Qual a finalidade desta intervenção? Que utilidade terá? Fui investigar junto dos colegas da Câmara a intenção desta obra. Quem será o dono da ILHA?

Perguntei ao DPI. -Não é da competência do DPI o controle do espaço público. Contactei a DMPO -Não existe nenhuma empreitada referente à referida ilha por isso não é da sua responsabilidade acompanhar a obra. Bati à porta da DSRT Desconhecem a razão da construção da ILHA não lhes foi pedido nenhum parecer.

Mas quem será o dono da ILHA? As obras começaram a um Domingo e só avançam nos fins-de-semana, até parece uma obra clandestina. Primeiro foi a colocação de lancil em cantaria, bem no meio do alcatrão. Logo na primeira noite os carros tomaram de assalto a ilha. Lá criaram mais lugares para estacionar. Depois arrancaram o alcatrão do interior da ilha e colocaram calçada à portuguesa, e mesmo assim os carros continuaram a tomar conta da ilha.
Será que a Câmara da Amadora veio construir esta ilha em Lisboa? -O dono da ILHA mandou colocar no perímetro 56 pilaretes, em ferro. No seu interior plantaram árvores mesmo sobre a rede de esgotos.
-Pensaram em tudo até em como as alimentar. Os carros impedidos de ocupar a ilha foram para o passeio marginal e mais 40 pilaretes foram colocados. Má vizinhança nem pensar! Carros para bem longe! Mas quem será o dono da ILHA?
Os deficientes motores e os carrinhos de bebe vão pela via e os carros seguem-nos sem alternativa! Porque a ilha é sagrada! Os carros continuam a invadir os passeios as passadeiras as zonas relvadas os campos em toda a envolvente, mas a ilha já esta salva! Ainda existem os que se escondem a frente e atrás da ilha!
Mas quem será o dono da ILHA? -Será que o dinheiro gasto na ilha não poderia ser aplicado noutra obra mais necessária e digna? -Porquê esbanjar tanto dinheiro em obras sem utilidade prática? -Eu vou construir uma barraca no meio da ilha só para conhecer o dono da ilha! Porque da Câmara de Lisboa, "A ilha" não é!