Muito se fala, actualmente, sobre a liberdade de expressão e de opinião.
Contudo, pouco tenho ouvido falar do que se passa na função pública!
A função pública continua a viver no regime que vigorava antes de 25 de Abril de 1974! Nesse dia a liberdade chegou a Portugal para a população de uma forma geral e de uma forma muito especial para os cidadãos que por gosto ou outro motivo qualquer – que não o interesse público - decidem enveredar pela vida política.
Mas, os funcionários públicos, com o argumento do sigilo profissional, obediência hierárquica e interesse público, continuaram e continuam a viver em Ditadura!
Meus caros amigos e leitores, nesta área não vale a pena emitirem comentários a dizer que isto não é verdade!
Eu sou funcionário há mais de vinte anos, e aquilo que vejo, nos colegas funcionários, é "MEDO"! Ninguém diz o que pensa verdadeiramente! Ninguém é sincero! Por este ou aquele motivo todos têm medo! Medo de perderem o emprego! Medo de perderem a segurança e o salário! Medo de dizerem o que fazem, onde vão jantar, onde vão de viagem...medo...medo...medo...
Chegou-se ao cúmulo, dos funcionários, apesar de não estarem a fazer nada de mal ou condenável, deixarem de fazer, ver, dizer ou escrever aquilo que pensam ou desejam porque podem ser mal interpretados...
Eu, felizmente, não fui educado no medo, apesar de ter sido educado sob um regime fascista. É incrível, mas é verdade! Como é que é possível que, muitos dos meus colegas, que já nasceram em Democracia, continuam a ter medo de emitir opinião ou tomar posição? Isto não é aceitável!!!
Como é que este regime, cheio de ilustres inteligentes, ainda não percebeu que há uma enorme parte da sociedade portuguesa, (formada pelos funcionários públicos) a viver em Ditadura? Será preciso fazer uma revolução para perceberem?
Neste momento de combate pela liberdade de expressão, vão aparecendo, aqui e ali, actos isolados, ou em pequenos grupos, de rebeldia...mas, o movimento é imparável!
Perante tanta estupidez e autismo, parece-me que só a estupidez da violência é intendível por este tipo de dirigentes...
No entanto, eu sou defensor da não violência! Sou um dos rebeldes que não se conforma com o medo que sistemática e diariamente me tentam incutir!
Sou livre e vou continuar a escrever e a lutar pelas causas em que acredito!
Se me puserem fora da função pública...paciência...é a vida...e é também, a satisfação de ser um Ser LIVRE!!!
quinta-feira, 4 de março de 2010
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2 comentários:
Bem, bem, arquitecto, que idealistas que estamos hoje...
Eu também sou adepto da não violência, mas em versão Mourarix.
Ou seja, acho que a coisa só lá vai com um daqueles ligeiros piparotes que arrasam uma guarnição inteira de legionários..
Por isso, um novo 25 de Abril não resolve nada, precisamos mesmo é de outro Maio de 68!
E o medo, infelizmente, tem hoje em dia outras razões, mais ligadas a necessidades básicas de sobrevivência...
Meu caro Numerobis,
Claro que sou idealista!
Claro que tenho as minhas necessidades básicas de sobrevivência asseguradas!
Claro está (julgo eu) que não sou cobarde!
Mas, que pena tenho eu que não existam mais meia duzia de Arquitectos idealistas que tenham as suas necessidades básicas de sobrevivência asseguradas e com coragem para porem fim a esta pouca vergonha oportunista que estamos a assistir na CML.
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