quinta-feira, 23 de julho de 2009

EM DEFESA DA CLASSE

Foi inaugurado o Campus da Justiça no parque das Nações e 16 juízes faltaram à inauguração porque o Imóvel não tem dignidade para albergar um órgão de Soberania…A nova sede é improvisada, mal estruturada e disfuncional.

Vou ter que me conter no que me vai na alma….Vou ter que meter o freio nos dentes …Porque francamente Senhores Juízes!

- Se não querem ir, porque não são da cor política de quem promove a inauguração, digam, assumam! Ou então não digam nada!
- Se preferem ir para os copos para as docas ou para a 24 de Julho em vez de ir à inauguração, assumam! Ou não digam nada!
- Se é o aniversário de algum e preferem celebrar noutro local, força e brindem! Nós até desculpamos!

Mas dizer mal da obra do arquitecto? Francamente senhores Juízes! Fica-lhes mal.
Todos sabemos que a obra de um arquitecto é criticável! Toda as pessoas podem emitir opinião é democrático, mas faltar à inauguração para dizer mal da obra isso não é correcto!
Eu também discordo de muitas decisões da Justiça e algumas são mesmo de bradar aos céus! Todos os dias entram decisões dessas pela casa adentro vindas dos telejornais!
E o tempo ? E o tempo da demora das sentenças?

Mas os Juízes são incontornáveis! O que dizem é lei. E cumpra-se a Lei!
Em primeira, em segunda ou em quinta instância!

Depois vemos as sentenças! Há injustiças tão grandes que qualquer analfabeto pergunta como é possível.

Por vezes até sou obrigado a ser apologista da justiça popular!
Encontrando-se a Justiça na situação que todos sabemos, ou seja, nas ruas da amargura como é que ainda lhes sobra tempo para atacar a obra do arquitecto?

Um projecto tem sempre um cliente…
Um programa base para cumprir..,.
Muitos estudos prévios…
A aprovação do cliente…
A aprovação das entidades.
A arquitectura evolui… os conceitos estéticos, os materiais, as exigências térmicas, acústicas, energéticas.

E a Justiça?
Será que as togas e as toucas e essas vestimentas e salamaleques dos tribunais é que são a justiça?
Não seria tempo de se despirem de preconceitos e de simplificar a justiça de uma vez por todas?
Estamos noutro tempo… noutra era…o mundo está a mudar! Acordem senhores Juízes e deixem a arquitectura e os arquitectos em paz!

Virem-se para a justiça da justiça .

Eu não conheço o edifício, nem o arquitecto, nem o projecto! Mas fico descansado se foi feito por um arquitecto!

A arquitectura é dos arquitectos!

7 comentários:

Unknown disse...

Concordo em absoluto.Lá vai o tempo em que os desenhadores das CM,eram os grandes arquitectos.Agora essa coisa dos 16juizes, são apenas nervos.Nada de especial.Criticam a janela,o corredor,a pedrinha do lago,o elevador privado.Em todas as profissões há "assim umas coisitas".Ha arquitecto na costa e pimba.Olha como seria um projecto feito por um juiz e um julgamento por um arquitecto.Maravilha.

Anónimo disse...

Os arquitectos não usam as salas de tribunal tantas vezes quanto o desejável, ao contrário dos juízes que lá passam boa parte do dia.
Se boa parte dos arquitectos usasse durante um ano ou dois aquilo que projecta, haveria certamente uma melhoria na arquitectura portuguesa.
Aliás não foram os juízes que vão utilizar o espaço que encomendaram o projecto, foi o estado/ministério (ou seja, pessoas que também não o vão utilizar).
Espero não ler o galego a dizer mal do edifício da CML, porque não tem condições de trabalho/bar/estacionamento/funcionalidade, dizem que viola o PDM.Afinal foi projectado por um arquitecto e para arquitectos.

"O Arquitecto" disse...

Tenho que dar razão ao anónimo! É verdade que se projecta muito mal neste triste País!

Não estou muito a par desta situação da Cidade Judiciária na Expo, mas julgo, que os edifícios em causa não foram projectados para as funções que lá estão a ser instaladas. Tal como o edifício Central do Campo Grande tabém não foi projectado para aquilo que lá está instalado!
O problema passa também por isto: um País que vive a fazer adaptações à pressa e em cima do joelho sem qualquer tipo de planificação e organização.

E a última afirmação, de que foi um Arquitecto a projectar o edifício do Campo Grande, não sei, não? Será que foi? Eu não o conheço!

Numerobis disse...

Ó Arquitecto, o edifício do Campo Grande foi efectivamente projectado por um arquitecto, posso apresentar-to...
Mas não foi projectado para a CML, era um mero edifício de escritórios, a adaptação surgiu durante a construção, tal como sucedeu agora com a Cidade Judiciária.
E garanto-te que não cumpre o PDM, foi feito com base num estudo que não tinha qualquer eficácia legal...

"O Arquitecto" disse...

Enfim...quem sabe, sabe, e quem não sabe baixa as orelhas!
Se Numerobis diz, quem sou eu para discordar ou contestar?

O Galego disse...

Mas afinal aonde ficamos?
Eu, continuo a defender a nossa classe! seja em projectos novos seja em adaptações.
Seria bem pior se não fosse um arquitecto a fazer o trabalho

Anónimo disse...

Oh! Galego, deve ser das 1ªs vezes que não concordo.
Há arquitectos e arquitectos, para defender a classe também é necessário perceber e reconhecer isso.
Também é importante o que foi referido por um dos anónimos, o edifício não foi projectado para aquele fim especifico - Tribunal com tudo o que isso implica. Um convento com as suas paredes grossas, é muito mais polivalente de que um edifício cheio de vidros...
Para não falarmos da aberracção de localização "estratégica" de um assunto tão importante como a justiça, ser colocado num dos piores terrenos para construção de Lisboa.
Mas quem decidiu isto, não só ajudou os amigos que não conseguiam vender/alugar nada na expo, como também vai ajudar a resolver e arquivar de vez o problema da justiça em Portugal. É só esperar por um bom sismo e/ou uma boa cheia...
Proponho também que investiguem a quem pertence este grupo de edifícios, e quem na Deloitte & Touche fez um parecer tão "jeitoso".