quinta-feira, 1 de abril de 2010

Morrer sem sentido.

A morte é sempre estúpida! Nunca tem sentido!

Por acidente, por doença, natural ou sem ser natural, a morte nunca faz sentido.

Nós, que vivemos no Ocidente, continuamos a ter uma grande dificuldade em reflectir, pensar e falar sobre a morte!

Vivemos numa sociedade que não está preparada e não se quer preparar para a morte! Vivemos como super homens e mulheres,... eternos...

O culto da saúde tornou-se doença! Não fumamos, não bebemos, não comemos, não isto e não aquilo...

Fazemos jogging, praticamos desporto, vamos ao ginásio, fazemos análises, controlamos o colesterol e a pressão arterial e mais isto e aquilo.... para quê? Para não nos tornarmos um peso social (versão oficial) e fundamentalmente, para tentarmos prolongar a nossa estadia neste mundo, o mais possível.

Infelizmente, a nossa sociedade ocidental e capitalista criou este “mito” de que a vida e o seu prolongamento é um valor acima de todos os outros!

Eu sei que esta opinião é polémica e questionável! Mas é a minha opinião!

Afinal, a morte de que não gostamos de falar é INEVITÁVEL! Nada é mais seguro!

Quanto a mim, mais do que prolongar a vida, o que é mesmo importante, é saber viver a vida com valores!

A morte é sempre estúpida! A morte chega sempre cedo demais!

Esta reflexão vem a propósito da morte do jovem português em terras de Espanha! Li e ouvi as notícias e chorei...

...

Que sentido tem esta morte? Dezassete anos... e morre caindo de um quarto andar ... sem se perceber porquê?

Não faz sentido! Nem esta nem nenhuma outra morte!

Que sentido tem a morte da criança que morre de cancro? E daquele outro atropelado na passadeira de peões? E aquele outro electrocutado no Campo Grande ao carregar no botão? E ainda aquele que caiu morto durante um jogo de futebol? E o outro que estava a jogar às cartas com a mãe e caiu para o lado morto? Nada disto faz sentido, para nós...

Enquanto para nós, ocidentais e capitalistas, nada disto faz sentido... há outros, neste mundo, que percebem (ou pensam que percebem) o sentido da morte e a sua relação com a vida e com os valores em que acreditam!

Para eles, que se suicidam diariamente, em defesa de valores em que acreditam (erradamente), a vida tem um valor “diferente” e “relativo”!

É caso para perguntar: que valores defendemos? Até onde estamos dispostos a ir? Será que a vida é um valor absoluto?

Não tenho respostas! Mas tenho pena e lamento que a sociedade onde vivo tenha tanto medo em falar e reflectir sobre a Morte!

Será a Vida um valor absoluto? Ou será que há valores mais importantes?

Porque temos “medo” ou “receio” de falar da MORTE?

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